A rádio pode ser o novo média; só ainda não percebeu...
Radio can be New Media. It just hasn't realized it yet.
DARDIS, Ken, Good News for Radio: It Could Be New Media, Audiographics, 11/07/08 [http://www.audiographics.com/agd/071108-1.htm]
Radio can be New Media. It just hasn't realized it yet.
DARDIS, Ken, Good News for Radio: It Could Be New Media, Audiographics, 11/07/08 [http://www.audiographics.com/agd/071108-1.htm]
«É muito raro que uma nova forma de comunicação ou de expressão suplante completamente as antigas. Fala-se menos desde que a escrita foi inventada? É evidente que não. (...) A escrita não fez desaparecer a palavra, ela tornou mais complexo e reorganIzou o sIstema de comunicação e da memória social.(...) a tendência histórica de peso é no sentido do crescimento sImultâneo dos instrumentos de telecomunicações e dos transportes» Levy, 2000: 232-234
«O elemento-chave do rádio continua sendo o som, só que agora com a agregação de novos signos nos campos textual e imagético gerados pela web. O som passa a ser o elemento definidor, o divisor de águas, o ponto de partida e de chegada da radiofonia. No rádio, o som deve ter sentido por si próprio, sem a necessidade do apoio do texto ou da imagem, como em outras mídias. Como lembra Charaudeau (1997), no rádio somente o conteúdo sonoro faz sentido (p. 120), mas podemos dizer que, com a internet, o texto e a imagem agora também fazem parte da webradio.
Outro elemento definidor do rádio é a sincronia da transmissão com a vida do ouvinte. Se não for assim, não é radiofonia. Como afirma Charaudeau (2006), o rádio é, por excelência, a mídia da transmissão direta e do tempo presente (p. 107). O áudio on demand não pode ser caracterizado como rádio, mas como um dos elementos constitutivos da radiofonia. Assim, a partir da definição de Meditsch (2001) e com base na presença de elementos textuais e imagéticos na radiofonia, podemos conceituar o novo rádio como: Meio de comunicação que transmite informação sonora, invisível, em tempo real. A informação sonora poderá vir acompanhada de textos e imagens, mas estes não serão necessários para a compreensão da transmissão. Assim, ficam excluídos desta definição os podcasts, os iPods, os reprodutores de música digital, as emissoras pessoais e qualquer outra forma de transmissão oral que não seja feita no tempo real da vida do ouvinte» (Prata, 2008:71) Não concordo com a definição: a exclusão que faz dos elementos visuais não tem sentido na medida em que será cada vez mais dificil separar, excluir, numa logica de integração e convergencia
«Podemos tomar por empréstimo o vocábulo mediamorfose, cunhado por Roger Fidler (1997) e criar um novo termo, especialmente para este momento vivido pelo rádio: radiomorfose. Fidler criou, em 1991, o termo mediamorphosis, durante um período de estudos na Universidade de Columbia, em Nova York. Com esta terminologia, Fidler (1997) descreve o processo de mudança que em se encontram os meios de comunicação em todas as suas áreas, direções e departamentos. O autor defende a complementaridade dos meios, isto é, a co-evolução, de modo que os novos meios não supõem necessariamente o desaparecimento dos existentes previamente, mas uma reconfiguração dos usos, das linguagens e os necessários ajustes sobre o público-alvo. Fidler (1997) afirma que, como numa metamorfose, há a adaptação dos velhos meios às novas mudanças tecnológicas. Assim, ao invés de morrer, pelo princípio de sobrevivência, o meio antigo procura se adaptar e continuar evoluindo em seus domínios. (5.2) A teoria de Fidler (1997) é claramente aplicável ao rádio e às reflexões propostas por esta tese. Assim, poderíamos afirmar que o rádio dos anos 50, através do processo de radiomorfose, superou o impacto tecnológico do advento da TV e buscou uma nova linguagem. O veículo não morreu, apenas se transformou. Hoje, neste princípio do século XXI, a radiomorfose continua e o veículo não vai morrer com o impacto das novas tecnologias digitais e da web, mas busca uma readaptação e encontra seu caminho numa nova linguagem, especialmente desenvolvida para os novos suportes. Podemos afirmar que o rádio na web repete as fórmulas e os conceitos hertzianos, velhos conhecidos do ouvinte, pois é pela repetição que o público se reconhece. Mas, ao mesmo tempo, insere novos formatos, enquanto reconfigura elementos antigos, numa mistura que transforma o veículo numa grande constelação de signos sonoros, textuais e imagéticos.» (Prata 2008: 75-76)
«O elemento-chave do rádio continua sendo o som, só que agora com a agregação de novos signos nos campos textual e imagético gerados pela web. O som passa a ser o elemento definidor, o divisor de águas, o ponto de partida e de chegada da radiofonia. No rádio, o som deve ter sentido por si próprio, sem a necessidade do apoio do texto ou da imagem, como em outras mídias. Como lembra Charaudeau (1997), no rádio somente o conteúdo sonoro faz sentido (p. 120), mas podemos dizer que, com a internet, o texto e a imagem agora também fazem parte da webradio.
Outro elemento definidor do rádio é a sincronia da transmissão com a vida do ouvinte. Se não for assim, não é radiofonia. Como afirma Charaudeau (2006), o rádio é, por excelência, a mídia da transmissão direta e do tempo presente (p. 107). O áudio on demand não pode ser caracterizado como rádio, mas como um dos elementos constitutivos da radiofonia. Assim, a partir da definição de Meditsch (2001) e com base na presença de elementos textuais e imagéticos na radiofonia, podemos conceituar o novo rádio como: Meio de comunicação que transmite informação sonora, invisível, em tempo real. A informação sonora poderá vir acompanhada de textos e imagens, mas estes não serão necessários para a compreensão da transmissão. Assim, ficam excluídos desta definição os podcasts, os iPods, os reprodutores de música digital, as emissoras pessoais e qualquer outra forma de transmissão oral que não seja feita no tempo real da vida do ouvinte» (Prata, 2008:71) Não concordo com a definição: a exclusão que faz dos elementos visuais não tem sentido na medida em que será cada vez mais dificil separar, excluir, numa logica de integração e convergencia
Há quem defenda que rádio é ouvir. Não temos essa visão tão simplista do meio, na medida em que rádio não é apenas ouvir; é certamente ouvir qualquer coisa (música, vozes, sons ambiente, efeitos sonoros, etc.) mas ouvir com determinadas características, e – é aqui que está a diferença de posicionamento – são essas características que fazem o meio rádio. Prata (2008: 48-49) por exemplo releva que «a ligação humana com o rádio hertziano se dá através do sentido da audição. Isto é, para escutar rádio é necessário apenas o sentido biológico de ouvir, nada mais do que isso». Rádio é muito mais: é – ainda que diminuto – o poder de ligar e desligar, de escolher entre a oferta disponível, de procurar os conteúdos que mais interessam, é valorizar uns em detrimento de outros. Rádio é numa relação com um conteúdo sonoro… que se ouve.
Quem é que, além dos que possam investigar estas matérias, se preocupa se sites como Last.fm são rádio? A própria rádio.
É obvio que, por muitas referências que façam à tradição e herança hertziana, estes sites que disponibilizam (via streaming ou downloading) música não são rádio. Têm música e têm som. Mas ter música e ter som não faz rádio. O próprio conceito de «personalized radio» é anti-rádio, na medida em que rádio não pode ser personalizada.
A industria radiofónica, confusa com os novos tempos, tenta perceber se é ou se não é para se posicionar; provavelmente para aderir se for. Até que lhe digam que a questão é inutil, porque a resposta é evidente, a incerteza continuará.
Esta dicotomia acentuar-se-á, como veremos adiante, na forma de convergir com a internet: criando consumo activo ou mantendo-se baseados na ideia de consumo passivo (idiossincrático à rádio convencional)
«The next decade or more will be a transitional time, as radio, like newspapers and television networks, forswears allegiance [renegar/recusar fidelidade] to any one means of distribution and declares itself platform-agnostic» [ou seja o autor defende que a rádio, no caso, deve aderir a uma plataforma - a Internet? - em vez de se posicionar como agnostica em relação às que existem]
fonte: FISHER, Mark, Weakening Signals Washington Post, 1/06/08
Primeira nota: rádio é conteúdo, é o conteúdo que define a rádio (não é a tecnologia). Rádio é, portanto, um conteúdo sonoro programado de certa forma e transmitido num único fluxo (emissão síncrona ou linear).
Enquanto existir esse fluxo (de voz ou musica) transmitido linearmente estaremos a falar de rádio (não há, portanto, rádio personalizada, o Last.Fm não é rádio, o cotonete não é rádio); isto não significa que um operador clássico de rádio convencional não possa, além do seu ’core business’ que é o tal fluxo linear, ter outras ferramentas, assíncronas, que tanto podem resultar da emissão linear (hertziana ou streaming) como de novos conteúdos: podcasts, arquivos ou mesmo de ’smart radio’ (last.fm ou cotonete).
A partir do momento em que não haja um fluxo sonoro contínuo e único já não será correcto chamarmos rádio. Da mesma forma que ninguém diz que está a ver televisão quando vê videos no Youtube, tambem não fará sentido chamar rádio a conteudos de personalização ou assíncronos. Chamar-se-á o quê? Ninguém está em condições de responder.
Se a tendência de personalização se confirmar, é claro que as emissões de consumo passivo (a rádio convencional) serão cada vez mais minoritárias. Continuará a haver ouvintes interessados (por várias razões) mas se as receitas publicitárias são cada vez menores, a partir de um certo momento deixarão de ser rentáveis (suficientes). Não haverá uma massa crítica ao nivel da quantidade de ouvintes e das receitas suficientes para viabilizar o negócio.
A industria da rádio terá, portanto, de encontrar alternativas. Ao nível dos conteudos, proporcionados pela digitalização.
Existirá rádio enquanto o fluxo existir; deixará de existir rádio quando o fluxo de programação sonora for desactivado.
se não se define rádio através da caixa nem do meio de transmissão, resta o conteúdo. Sim, rádio é contéudo. [o que se assiste nesta altura é a uma profissão de fé nos conteudos como decisivos para o 'triunfo' da rádio; rádio é humanidade não é tecnologia, disse o presidente da GCap Richard Eyre; a questão é se, confundidos pelo passado - televisão, etc - não estarão a ver mal a internet, encarando-a apenas como tecnologia; o futuro não será decidido por sistemas de distribuição mas pelo conteudo e pela criatividade, ouve-se)
Mas não é possivel entender esse conteudo como musica, voz ou efeitos (e silencio) nem apenas como audio (caso contrário, um animador num carrossel seria rádio). Rádio pressupõe tambem uma forma de programar esses conteudos audio (o tal fluxo continuo pré-programado e não manipulável)
Neste contexto, redifinir é, com este ou outro nome (provavelmente mantendo este durante muito tempo), é construir a partir do existente. é acrescentar, é evoluir a partir do existe, mas mantendo uma espinha dorsal, que - com o tempo - se irá perdendo. É continuar a chamar rádio a uma coisa bm diferente, faltando saber se a ideia central se mantém;
Reinventar é mudar, é romper, é falar de um novo meio - esse sim, a exigir um novo nome.
«You type in an artist or song title, and the engine plays that song, or one similar, and then sets the bar for all upcoming tracks based on an analysis of your original pick’s “music genome.” As the songs play you have the option to give a yea or nay in order to perfect your personalized radio station» (se se pode escolher o que se ouve, já não é rádio...)
«estamos assistiendo a la configuración de un nuevo concepto de radio» (3)
«encrucijada tecnológica» (3)
«Es ’una radio que lee y se ve’, como han señalado repetidas veces otros autores. Aparecen otros servicios y sonidos que no son radio en el sentido tradicional del término» (4)»
«Internet no puede ser considerado como uma competencia directa de la radio tradicional ni de la radio digital en DAB. Internet es un nuevo soporte que facilita la integración digital de la radio y la oferta de nuevos servicios. Cuando se habla actualmente de radio en internet, por tanto, hay que entender que se trata de una nueva forma de comunicación y no exclusivamente de un nuevo soporte» (9)
«La radio deja de definirse por su suporte técnico, o por la tecnología que lo sustenta, e impone un concepto basado en sus contenidos y funciones: la radio no se define de ahora en más por lá técnica sino por las ofertas» (9) [DESDE QUE SUGIRAM CANAIS ALTERNATIVOS PARA DIFUNDIR NÃO HERTZIANAMENTE O MESMO CONTEUDO CONVENCIONAL, COMO A TV CABO - EUA - QUE O CONCEITO FICOU EM CRISE; É DUVIDOSO QUE «LAS OFERTAS» DEFINAM UM MEIO. OFERTAS SONORAS?]
«El modelo de programación de la radio actual está caduco desde antes del inicio del debate digital. Lo que ocurre es que, a pesar de ello y a corto plazo, sigue siendo rentable para las empresas. Pero no a medio plazo» (11)
Martinéz-Costa, 2004
A proposito destes textos, uma reflexão:
- a tecnologia digital veio mudar o conceito de rádio tal como a conhecemos; já se experimentaram as mais variadas definições e restam os elementos decisivos (que já nada têm a ver com a tecnologia): o som, a emissão única, a escuta passiva (que não se pode manipular). Isto é rádio. E a definição final
O que este texto nos diz é que chegámos ao momento da 'morte de definição'.
Substituída porquê? Ninguém se atraverá a uma nova definição (seja porque é uma incognita o que vai acontecer seja para não cair no erro de tantos).
« (...) we can define radio as being a programme or series of programmes intended to be received without images and broadcast live rather than accessed on demand» (Berry, 2006: 285)
«It is conceivable that some of the iconic deficiencies of radio [blindness, medium as 'secondary'] will be offset by the new digital technology. Internet radio can offer still pictures, video clips - even printed text to remedy the evanescence of the medium's spoken words. But the question then arises as to whether this would be 'enhanced radio' radio with added pictures; or 'reduced radio' - radio which has been relegated to the status of a soundtrack. Given the primacy of our faculty of sight the latter possibility may seem more likely. Would this mean the end of radio as we know it?» (Crisell a, 2006: 6)
(Preservar a sua identidade - manter-se como rádio, e apenas adaptar-se; evoluir até deixar de ser rádio - o dilema que vive a rádio nesta altura)
«The reader will quickly be struck by two things. The first is how how extraordinarily resilient radio is, notwithstanding its frequent designation as the 'Cinderella' medium. In the context of convergent tendencies in the mass media, some of the essays attribute its resilience to an ability to preserve its distinctiveness, others to the ease with which it can incorporate new features such as interactivity and visual text» (Crisell, 2006: vii-viii)
Over Half Of Monthly Online Radio Listeners Watched Online Video In Past Month (edison media research)
Watched Online Video in past month 53%
Did not watch Online Video in past month 47%
(slide 20)
http://arbitron.com/downloads/digital_radio_study_2008.pdf
FORNEÇA VIDEO DA MESMA FORMA QUE CONTEÚDOS AUDIO
«Broadband has fueled remarkable growth of online video in addition to online audio. Digital consumers can easily fill their video fix on YouTube and thousands of other sites. It is important to provide compelling video options in addition to audio to hold your audience longer.» (slide 57)
«Call it the YouTube effect if you will, but video is quickly becoming the core element of many radio station Web sites. Video also is at the heart of making your station’s Web site a revenue generator, some experts say.
“Video for a radio station’s Web site not only is a way to increase unique visitor page views but also as a revenue driver,” said Thom Callahan, general manager of the Radio Division of the Associated Press Broadcast News Center, whose company provides video content to member radio stations.
“Many of our members have been able to sell ads against video of all kinds, from local video that they shoot to news and entertainment that we provide.”
AP provides video services to radio stations as an ad-supported service, and many other suppliers of video content are doing the same, Callahan said, so the initial cost to offer video services is negligible.
(...)Video is becoming a core element of our Web sites. Growing bandwidth speeds and better codecs are making video a big part of any site,” said Halyburton.
(...) If your radio station is just beginning to dabble in video, be sure not to dominate your Web site with it, Callahan said. “It should be an enhancement and another reason to visit the Web site and ultimately listen to the radio station. Look at your online presence as just another channel to program,” Callahan [ Thom Callahan, AP] said. [PORQUÊ?]
fonte: Video Seen as Critical to Radio Industry’s Web Revenue RADIO WORLD by Randy J. Stine, April 4, 2008