O público quer que o mercado quer ou o mercado quer o que...
A indústria está convencida de que os públicos preferem uma programação mais especializada (em alguns casos, mesmo, monotemática – só música de um determinado estilo e de uma certa época), porque tiveram oportunidade de o demonstrar, escolhendo entre várias alternativas. Para isto muito contribuirá aquilo que Marti Martí designa por “la aparición de la juventud como clase social emergente” (Martinéz-Costa e Moreno Moreno, 2004: 33) e também o aparecimento de novos géneros musicais, como o «rock and roll»; no entanto não será irrelevante lembrar que “con frecuencia el mercado quiere lo que la emisora le adelanta”, diz Cebrián Herreros (2001: 175).
(...) A partir do momento em que, em cada país, mas sobretudo a partir dos Estados Unidos, a leitura das audiências se começa a fazer de uma forma sistematizada[1], percebe-se que há diferentes públicos e não “uma família” que se senta na sala à volta de um rádio. Os estudos de opinião também vão mostrar que esses públicos têm diferentes gostos e possibilidades de escuta (por horas e locais, por exemplo), sendo relevante a banalização do auto-rádio
Meneses 2007b, pag2
(pag3)O aparecimento da segmentação, devidamente assumido como tal (e da rádio moderna), está registado na Grã Bretanha, num documento da BBC, de 1969: “A experiência, quer neste país quer no estrangeiro, sugere que muitos ouvintes esperam agora uma rádio baseada num princípio diferente – o da especialização, oferecendo programas de um determinado tipo em corrente contínua, à procura de interesses concretos” (Crisell, 1994:32).
[1] As medições começaram na década de 40 numa perspectiva nacional, sobretudo por iniciativa da Nielsen (embora já existissem outras empresas, como a C. E. Hooper Inc.). Só com a chegada da Arbitron, na década de 50, com as medições para a rádio local é que o actual sistema vingou (fonte: RadioRatings McLeod; consultado a 18/12/05)
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