«A Rádio em Crise de Identidade?»
«A pergunta torna-se inevitável para quem assiste ao processo de crescente adaptação da rádio ao espaço aberto pela internet: a partir do momento em que o texto e a imagem se imiscuem noseu universo, terminando com a exclusividade da expressão sonora que historicamente a caracteriza, e em que ocorre toda uma série de outras mudanças significativas, haverá motivos para encarar esta transformação como o fim da rádio e o nascimento de algo ainda inominável, mas que configura um eventual novo meio?
Esta dúvida está na base de um debate pertinente, em que vários autores têm vindo a participar, balizado por dois pólos opostos, ainda que não necessariamente irredutíveis: de um lado, estão aqueles que se recusam a aceitar como sendo rádio um meio que desvirtuou algumas das suas características constituintes; do outro, encontramos os entusiastas da mudança em curso, que aceitam com naturalidade a alteração daquele que durante anos a fio constituiu o paradigma radiofónico e encaram as novas morfologias como consequência directa da sua adaptação às novas necessidades, ditadas não só pela crescente influência social da internet, mas também por um público progressivamente adaptado a mediações mais interactivas, impulsionadas pelo online.» (Tese de Mestrado de Pedro Portela, pág 52)
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