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Transistor kills the radio star?

A (santa) aliança rádio-industria musical...

A internet, nas suas diversas expressões, veio pôr em causa a santa aliança entre rádio e indústria discográfica (entendida no seu sentido mais vasto e amplo).
Até à Internet, essa santa aliança reflectia-se de diversas formas (os exclusivos, os apoios à divulgação, a promoção dos concertos, entrevistas e luta pelo air play, o payola): as rádios divulgavam os grupos e as músicas e recebiam em troca conteúdos quase à borla em doses massivas (apenas tinham de pagar os direitos de autor). Os músicos apoiavam as rádios, através da sua disponibilidade para participar em concertos, que dariam receitas e dimensão à rádio, cobrando apenas as «despesas». Com esses «radio-promoted concerts», os grupos estavam também a investir numa ligação duradoura e mais eficaz com a rádio. Ou seja, era um investimento que se traduziria em retorno. Neste sentido o «payola» é apenas o maximizar da aliança. A partir do momento em que nos EUA se banalizarm os promotores independentes (contratados pelas editoras para conseguirem divulgação nas rádios), o dinheiro começou a circular...

Muito disto aconteceu porque a industria musical não tinha uma alternativa válida ao gigantesco outdoor publicitário em que se transformou a rádio musical um pouco por todo o mundo (grande exposição por pouco dinheiro, apenas com a desvantagem de ter de disputar um espaço limitado e muito...disputado, sobretudo nas rádios mais ouvidas). A internet é essa alternativa. A rádio pode continuar a divulgar, mas a internet não é limitada (pelo contrário, é infinita), também tem custos baixos e não há um director de programas a decidir. Além do mais, os potenciais clientes estão lá... 

 

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