Blogia
Transistor kills the radio star?

Argumentos contra (II)

- AL e Laura Ries explicam que o conceito de convergência começou com a integração de um despertador num rádio (“uma vez que é possível combinar um relógio com um rádio de forma obter um aparelho interessante e útil, o que poderia ocorrer se todos os sectores de actividade convergissem?”, pág. 55). Mas, de acordo com os próprios, o próprio rádiodespertador não evoluiu e é hoje, na esmagadora maioria das casas, o qeu era há 20 anos (além de pouco simpático);
- As marcas precisam é de divergir (de criar novas marcas, novos produtos) para sobreviver à concorrência e não serem engolidas pelas mais fortes;
- (Quase?) todas as previsões quanto à concretização/implantação desse objectivo falharam e o que há hoje (o livro é de 2004) é apenas atrasos e categorias abandonadas;
- Associam a convergência à lógica de um canivete suíço: a maioria acha-lhe piada, até o compra, mas depois nunca ou raramente o usa (preferindo a tesoura, a chave de fendas, a pinça, o alicate, individualmente);
- As experiências até hoje conhecidas (principalmente nos Estados Unidos, mas – já agora – também em Portugal) com a televisão interactiva, que não descola; até porque ela também significa mais oferta, que pode passar rapidamente a excesso de oferta (confusão…) ou dispersão face ao mais importante (se acompanho o jogo de futebol através da câmara que segue um determinado jogador não será que perco os lances essenciais?);
- Convergência significará sempre mais botões num mesmo dispositivo. Mais confusão…
- Um meio activo (Internet) não casa com um passivo (televisão);
- A informação disponível num ecrã de computador não cabe no de um telemóvel;
- Nova tecnologia significa quase sempre mais custos, preços elevados. Ora um dos públicos-alvos, os jovens, não o têm com facilidade, para poder trocar todos os anos de novidade… Já os jornalistas/comentadores que escrevem sobre as novidades tecnológicas recebem-nos de borla (quase todos os dias…)!
- Quando precisamos de uma televisão e de um vídeo compramos dois aparelhos, em vez de um…convergente, e até mais barato. Só que quando um for para reparar, vão os dois!
As frases seguintes de Al e Laura Ries condensam os seus argumentos: “Paga-se um preço quando se tenta juntar tudo. E o preço é normalmente um sacrifício da simplicidade, flexibilidade e facilidade de utilização” (pág. 70). (…) O que aconteceu à simplicidade, confiança, vantagem, baixo custo, facilidade de utilização, pequeno e leve e à protecção contra vírus? (pág. 74)”.

0 comentarios