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Transistor kills the radio star?

6.5.1 A medição das audiências em Portugal

Alô Marktest...

DonotcallIn a story with resonance to those of us in radio, Nielsen has announced that it is dumping its phone-based sample for its paper diary samples, and is transitioning to a system that uses addresses instead.

Why?  Because of the swift decline of TV homes provided by the landline telephone sample frame.  Nielsen indicates that it only covers about 75% of households in their diary markets.  They also report that this problem is especially prevalent in homes where the family head is 35 or younger.

We've seen this data before - every year in the Jacobs Media Technology Poll.  First, Gallup, now Nielsen.  And of course with PPM.  As we predicted several years ago when this problem first came to light, the "Cellphone Only" dilemma impacts every researcher and marketer who conducts telephone interviews and promotions - from callout to perceptual studies to telemarketing.

Stations should definitely be asking these questions the next time your station commissions new research or buys an audience promotion that utilizes the telephone. » Jacoblog

Bareme Rádio vai incluir telemóveis e internet!!!

«A Marktest está a preparar a reformulação da metodologia de medição dos dados de audiências de rádio e imprensa. "Estamos a fazer testes e a ultimar a metodologia de recolha de dados de modo a incluir a rede móvel e o online", adianta ao M&P Jorge Fonseca Ferreira, director comercial da Marktest. A empresa de estudos de mercado responsável pelo Bareme Imprensa e o de Rádio conta apresentar a nova metodologia de recolha de dados (cuja a amostra além da rede fixa irá incluir a rede móvel e o online) entre Outubro e Novembro à Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM), segundo adianta o responsável da Marktest. Se a entidade que valida estes estudos aprovar a proposta da Marktest a empresa, afirma Jorge Ferreira, terá como timing de implementação Janeiro do próximo ano, sendo que a partir dessa data os Bareme de Rádio e o de Imprensa vão já incluir a nova forma de medição de audiências

fonte: «Baremes vão incluir amostra de telemóveis e online», Meios e Publicidade, 10 de Agosto de 2007, por Ana Marcela

O PPM em Portugal via televisão

«(...) Em nenhuma parte do mundo existirá um sistema perfeito para medir audiências de televisão, no entanto, na Marktest Audimetria estamos conscientes e convictos de que o sistema que temos é, por enquanto, o melhor que existe. O aparecimento de televisores mais complexos com ecrans de plasma veio tornar ainda mais demorada e difícil a instalação dos audímetros, assim como aumentar a resistência dos painelistas, o que tem contribuído para diminuir a taxa de sucesso de instalação e tornar o processo mais oneroso. Muitas vezes, ouvem-se comentários que os Plasmas e os LCD's não são medidos. Isto não é verdade, no sentido em que a tecnologia que temos hoje, permite essa medição e alguns são medidos, mas por outro lado os proprietários destes aparelhos são cada vez mais resistentes a permitir que um técnico nosso possa abri-los e violar a garantia dos mesmos. Os sistemas de audimetria no futuro terão que estar atentos a estas evoluções e abertos à possibilidade de coexistência de diferentes tecnologias no mesmo painel, dependendo da situação que se deverá medir. Estão a surgir novas formas de medir as audiências de televisão, baseadas em métodos não intrusivos, quer através da introdução de um código na estação emissora, posteriormente detectado pelo meter (encoder, watermarking), quer através da utilização de uma amostragem de som ou imagem feita pelo meter, e posteriormente comparada com uma base de dados existente no Centro de Processamento de Dados, que contém a gravação dos vários canais (soundmatching ou picturematching). Para além das soluções encontradas para a identificação dos canais, existe também a preocupação em acompanhar as alterações dos hábitos televisivos em termos do local de consumo, surgindo os audímetros pessoais, que medem as audiências dentro e fora do lar.

O mais importante e divulgado audímetro pessoal é o PPM - Personal Portable Peoplemeter da Arbitron, que, pelo facto de ser passivo, permite um maior rigor no registo dos canais contactados. Os vários testes realizados, mostram que, medido por este sistema, o consumo de televisão aumenta significativamente quando comparado com o processo padrão de medição actual (Consumo fora do lar e Time Shifting). Este sistema levanta, contudo, outro tipo de preocupações e a principal é que ele está dependente da utilização de um encoder no Broadcaster. Se este se recusar a codificar a sua emissão, pode colocar o sistema em causa. Outra preocupação com este sistema, é que as pessoas têm que transportar um pequeno aparelho todo o dia e isso poderá colocar em causa, em determinadas situações, a confidencialidade dos painelistas. Hoje, existem vários tipos de soluções de medida, assim como uma maior diversidade de realidades mensuráveis, o que obriga a uma maior flexibilidade na utilização das diferentes tecnologias, dependendo apenas daquilo que se vai medir em cada lar. No futuro, a solução tecnológica designada "encoder" ou "watermarking" parece ser a que estará mais adaptada a uma medição mais rigorosa do consumo de media, pois já será dificil falar de emissão de televisão dado o papel cada vez mais importante do "Time Shifting".» (José Manuel Oliveira, da Marktest, 27/03/07)

Publicidade ajuda a arrancar com o PPM?

No Diário Económico de hoje um texto intitulado «Agências de publicidade estão fartas de falhar o alvo» mostra que pode ser a publicidade a arrancar com o PPM, já que os meios não parecem ter força suficiente.

Audiencias e a memória

«O estudo da marktest, aceite por todo o mercado, tem muito a ver com o que as pessoas se lembram. Perguntam às pessoas que rádio é que ouviram no dia anterior.Pode ser a rádio A ou B. Para produtos novos é mais difícil entrar no top of mind. Toda a gente conhece a rádio A, porque já a ouve há muito tempo, o que não quer dizer que a tenha ouvido na semana passada (...) Por isso é bom analisar na perspectiva de um ano para perceber as descidas ou as subidas»

Pedro Tojal, in «A lei da rádio funciona como um espartilho», Meio e Publicidade, 28/5/04, pág 10

PPM português parado

A proposito desta notícia, um responsável pela Marktest em Portugal, José Manuel Oliveira, «considera a decisão da Rajar "muito importante, porque vão começar a sair resultados semanais para televisão e rádio". O responsável frisa: "todos devemos estar muito atentos porque daqui a alguns meses ou anos, este pode ser o sistema a adoptar", uma vez que permite medir rádio e a televisão do futuro: no telemóvel, na Internet,...

Em Portugal, as negociações que a Marktest encetou há dois anos estão "paradas". Segundo José Manuel Oliveira, a empresa apresentou a todos os operadores de rádio e televisão uma proposta para estender o actual painel de 100 audímetros com mil PPM (300 lares) - operação que ascende aos 800 mil euros anuais. Esta passaria a constituir uma sub-amostra de televisão e uma amostra para as rádios. A rádio é medida com base num extenso um questionário baseado na memória, divulgado de três em três meses».

fonte: «Audímetros portáteis em 2007», DN, 23/5,06

Contar com os ouvintes que só têm telemóvel

Não há uma estatística oficial (que eu conheça) dos portugueses só com telemóvel (que não têm rede fixa). Mas parece-me que, sobretudo pela questão da assinatura, que o problema é mais grave cá do que nos Estados Unidos.

Não deveria a Marktest contar com os ouvintes de rádio que só têm telemóvel, quando lhes telefona para lhes perguntar que rádio ouviram ontem? 

As audiencias eletrónicas em Portugal

Principais ideias de um muito completo trabalho do Diário de Notícias de hoje ("Audiências vão chegar a consumos fora de casa" e "Aumento do painel custa 800 mil euros", Marina Almeida, 6/2/06, págs 38 e 39):

- "A Marktest está empenhada em fazer evoluir este processo durante este ano [ver entrevista] mas tem pela frente um intenso trabalho de "diplomacia". É que o sistema só funciona se todos os parceiros (rádios e televisões) aderirem e se comprometerem a marcar o seu sinal para que seja reconhecido pelo PPM."

- "A grande revolução da medição portátil de audiências será para as rádios. O actual Bareme Rádio é disponibilizado trimestralmente e feito através de 25 mil entrevistas telefónicas que se baseiam na memória. Com o PPM as rádios passam a dispôr de audiências diárias, como as televisões. É José Manuel Oliveira quem dá um exemplo "Quando fizemos cá o teste, houve um dia à hora de almoço, em que a rádios ultrapassaram as televisões. Fomos ver as gravações das emissões: foi o anúncio da equipa portuguesa para o Euro 2004. Fora de casa as pessoas estavam a ouvir na rádio. Este efeito é medido pelo PPM mas não pelo estudo tradicional de meios".»

- «À luz deste exemplo é fácil perceber que também a distribuição do "bolo" publicitário, tradicionalmente dominado pelas televisões, vai mexer. (...) o PPM vai revelar uma maior exposição ao meio rádio. Mas não só.»

- "(...) Uma mudança cria sempre instabilidade. Neste momento estamos prontos para avançar, mas um projecto deste tipo implica recursos financeiros consideráveis e provavelmente terá que ser implementado por fases com um calendário bem definido."

- "Qual é o ponto da situação? Aguarda-se com alguma ansiedade os testes que estão a ser feitos noutros países. A decisão que for tomada em Inglaterra [ver caixa] vai ser fundamental... (...) E as rádios? Vamos continuar a conversar. Tenho já um valor de proposta para apresentar, nos próximos meses, de custos anuais sobre a extensão de painel com mil audímetros. A proposta, dado o volume dos mercados, não podia ser igual [para rádios e televisões].»

Em Portugal, há mais de um ano que não se fala em nada...

... relacionado com a medição electrónica de audiências na rádio.

Um pequeno exemplo: quais são foram os resultados disto? "Em Portugal, o sistema, representado no mercado nacional pela Marktest, foi testado durante 2004 pelas principais estações de sinal aberto (RTP1, SIC e TVI), TV Cabo (através do codificado Sport TV) e por algumas rádios de cobertura nacional (RFM, TSF, Antena 1 e Comercial), mas o processo de implementação do projecto no mercado português não tem registado novos desenvolvimentos."

No mínimo, estranho!

 

A medição electrónica em Portugal

Há cerca de vinte anos que medimos as audiências de rádio através do Bareme. Contudo, em relação à televisão, este é um meio financeiramente mais fraco. Mesmo assim, temos vindo a assistir a movimentações para modificar e melhorar a forma de medição das audiências de rádio. O que é facto, é que é bastante mais complicado medir rádio do que a televisão, pela questão da portabilidade. A rádio está também muito mais fragmentada, em relação à televisão, o número de estações emissoras é bastante superior, há estações de carácter regional, aspectos que dificultam a medição. O conceito associado à escuta de rádio, levou ao desenvolvimento de um novo aparelho para medir as audiências, o portable people meter, um audímetro que acompanha as pessoas e detecta os sinais para a escuta de rádio. Na Europa, o sistema está em testes em vários países e implantado apenas na Suíça. Caminhamos rapidamente para este tipo de soluções e, em Portugal, estamos em condições de estar na primeira linha na adopção deste tipo de sistema”.

Luís Queirós, director da Marktest, in Cordeiro, Paula Santos, “Inovar para informar”, Media XXI, Setembro-Outubro 2005, pág. 76.

O PPM em Portugal

" Marktest quer testar audímetro portátil

A Marktest prepara-se para testar, pela primeira vez em Portugal, um audímetro portátil num grupo de 50 pessoas. A empresa de audimetria ainda está em contactos com os seus clientes sobre a partilha dos custos, mas a experiência deverá avançar, confirmou ao PÚBLICO Luís Queirós, director-geral da Marktest. Este teste servirá apenas para pôr à prova a tecnologia baseada num audímetro, que tem uma dimensão semelhante à de um pequeno telemóvel, que pode ser transportado pelo telespectador ou ouvinte, e que reconhece um sinal transmitido pelas frequências de televisão e de rádio, qualquer que seja o local onde se encontre – em casa, no café. A experiência só deverá acontecer daqui a um ano, dado que depois da decisão tomada é preciso esperar pela encomenda dos aparelhos. Uma das vantagens deste sistema, desenvolvido pela Arbitron, é o seu carácter passivo, ou seja, não exige qualquer acção por parte do indivíduo participante no estudo."

(Público, 8/4/2003)

 

Três anos e meio depois...

Um comentário: não é preciso ser muito inteligente para deduzir que, das duas uma, ou as televisões aderem e pagam uma parte substancial da operação portuguesa ou o projecto de medição electrónica só arrancará quando os aparelhos estiverem tão banalizados que o seu preço não será problema. Por outras palavras, se as televisões entenderem que o actual sistema de medição estática é bom não vão querer mudar (pode ser perigoso...); sem a ajuda da televisão, a criação de um sistema electrónico de medição portátil de audiências só para as rádios não avançará tão cedo.