Um trabalho sobre o futuro?
Este trabalho aborda, em diversas ocasiões, aquilo em que se poderá vir a transformar a rádio tal como a conhecemos hoje; de alguma forma, evidencia mesmo pistas de evolução a partir do elemento áudio. Será por isso um trabalho sobre o futuro? Há uma recusa, de princípio e de alguma forma compreensível, da universidade relativamente quer ao futurismo quer à especulação sem bases, chamando-lhe prestidigitação. Compreensível porque é muito mais seguro - e tranquilo - avançar com os dois pés na terra. Então se um deles estiver assente no passado e outro no presente, dá-se a conjugação perfeita. A partir do momento em que pomos um no futuro, arriscamo-nos a cair. Ou pelo menos a desequilibrar-nos. Conscientes desse risco, tentaremos seguir em frente, cientes de que é importante olhar para o futuro, quando o momento é de incerteza e de transição. A história está feita, o passado é conhecido e está estudado. O presente, ao contrário, é uma incógnita. Mas o presente não existe quando todos os dias há desenvolvimentos, sobretudo tecnológicos, que desarrumam uma casa que durante 80 anos esteve muito bem arrumada. O presente já não é amanhã. O presente é passado. E para olharmos para amanhã, é preciso especular. Um pé no passado e outro no futuro, eis o objectivo deste trabalho. Mas com uma certeza, é importante - como nos ensinou McLuhan, não olhar para o futuro através do retrovisor - McLuhan, não por coincidência, mais respeitado pela universidade no futuro do que no passado. Porque não hesitou em tirar pelo menos um pé do passado.
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