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Transistor kills the radio star?

Escuta passiva vs escuta activa

Uma das principais consequências daquilo que se antevê como a rádio do futuro é a mudança de paradiugma quanto à audição: aquilo que agora é sobretudo uma escuta passiva (feita em acumulação, ou antes de adormecer, por exemplo) poderá transformar-se numa escuta activa (conceito que precisa de ser desenvolvido), ligada às inumeras solicitações que a internet vai/está a proporcionar: ir à net ver a letra da musica, ouvir um arquivo ou um video, comprar determinado produto, produzir um conteúdo, etc.

Mesmo no carro, onde a escuta será maioritariamente passiva (porque feita em acumulação), as coisas vão mudar, a partir do momento em que os sistemas multimédia instalados de origem podem ser controlados por voz (e já não me refiro à partilha do espaço de consumo disponivel com leitores de mp3).

Neste texto têm vindo a ser defendidas algumas ideias, a partir de uma afirmação: a rádio não muda quando passa para o digital. Do meu ponto de vista, só não muda se considerarmos a escuta passiva, que provavelmente sempre existirá (mas cada vez menos...); a questão essencial é que o digital, seja na versão modesta do DAB ou do HD ou mega, da Internet, muda a essência da rádio, a partir do momento em que torna o ouvinte participante, em que o convida a participar em blogues, em votações, a emitir opinião. E isso não se faz no conforto do sofá ou enquanto se acumla com outra tarefa (a rádio tende, pois, a tornar-se um acto primário de consumo, mudando o paradigma).

Podem acompanhar a troca de opiniões aqui.

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