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Transistor kills the radio star?

Sobre o conceito de interactividade

«Rafaeli (1988) discorreu sobre o conceito de interactividade e a sua relação com a interacção e comunicação humana, no quadro do interaccionismo simbólico. Analisou as dimensões subjacentes ao conceito, como, entre outras, a bidireccionalidade, rápida resposta, largura de banda, controlo, actividade do utilizador em relação ao meio, ou o retorno (Rafaeli, 1988: 115), explicando que a interactividade não se poderá reduzir a cada uma das suas dimensões. O autor concebeu uma definição de interactividade a três níveis, que compreendem a comunicação em dois sentidos, a comunicação reactiva e a comunicação interactiva. O fluxo bilateral de mensagens corresponde à comunicação em dois sentidos, a reacção respeita a um processo em que as mensagens têm relação entre si e, finalmente, a interactividade incorpora o conteúdo, natureza, forma da referência anterior (1988: 119). Para Rafaeli (1988), a interactividade corresponde à sequência entre a relação de resposta e o contexto em que a mesma se processa, de transacções que reflectem estádios anteriores do processo de troca de mensagens. Como expôs o autor, a interactividade não pode confundir-se com o processo de comunicação que a mediação do computador veio introduzir, baseada na bidireccionalidade das trocas, na rapidez e no aumento do fluxo de dados que a banda larga permite. Posteriormente, Rafaeli e Sudweeks (1997) explicaram que a interactividade é um processo de construção da comunicação, no qual as mensagens se relacionam numa sequência, afastando-se de uma concepção meramente tecnológica de interactividade.» (106/107) (citações a partir da tese de Paula Cordeiro)

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