Blogia
Transistor kills the radio star?

1.0 Introdução

determinismo tecnológico (mais)

Crítica a McLuhan: «Perante a concepção do poder modelador da tecnologia, aparecem como que negligenciadas a liberdade humana, as tradições e as relações sociais. Esta combinação de determinismo tecnol ógico com finalismo escatoJógico reveja dificuldades sérias em ordem a compreender a extrema complexidade e subtileza da transformação social» (Subtil, 2006: 89)

O aparecimento de uma nova tecnologia provoca numa sociedade mudanças profundas em todas as esferas – psíquica, física e sócio-econômica.»Lima, 2001: 2)

«Determinismo Tecnológico é atualmente a teoria mais popular sobre a relação entre tecnologia e sociedade. Ela tenta explicar fenômenos sociais e históricos de acordo com um fator principal, que no caso é a tecnologia. O conceito de “determinismo tecnológico” foi criado pelo sociólogo americano Thorstein Veblen (1857-1929) e cultivado e aperfeiçoado por Robert Ezra Park, da Universidade de Chicago. Em 1940, Park declarou que os dispositivos tecnológicos estavam modificando a estrutura e as funções da sociedade, noção que serviu de ponto de partida para uma corrente teórica em todos os aspectos inovadora.» (Lima, 4)

«De acordo com os deterministas tecnológicos, (como Marshall McLuhan, Harold Innis, Neil Postman, Jacques Ellul, Sigfried Giedion, Leslie White, Lynn White Jr. e Alvin Toffler), as tecnologias (particularmente as da comunicação ou mídias) são consideradas como a causa principal das mudanças na sociedade, “e são vistas como a condição fundamental de sustentação do padrão da organização social. Os deterministas tecnológicos interpretam a tecnologia como a base da sociedade no passado, presente e até mesmo no futuro. Novas tecnologias transformam a sociedade em todos os níveis, inclusive institucional, social e individualmente. Os fatores humanos e sociais são vistos como secundários” (Chandler, Daniel, 2000)» (4) [Critica que não aceitamos, como se verá quando definirmos a rádio, apesar do entusiasmo com a tecnologia e de aceitarmos que ela pode ser causadora de grandes consequencias na sociedade (Ruth Finnegan - Lima 8); talvez Tecnófilos: indivíduos que possuem visão otimista e não crítica do determinismo tecnológico. Definição de Beatriz Santana em “Introducing the Technophobia/Technophilia Debate: Some Comments on the Information Age”, June 1997, UCLA Departament of Education. LIMA 9

a idolatria da tecnologia

'o ponto principal do mito de Narciso não é que as pessoas tenham propensão para cair de amores pelas suas próprias imagens, mas que se apaixonem pelas suas próprias extensões, estando convencldas que não são delas próprias. Isto fornece-nos, penso eu, uma imagem razoavelmente boa de todas as nossas tecnologias, e direcciona-nos para um tópico básico, a idolatria da tecnologia como envolvendo um entorpecimento psíquico", assevera McLuhan (1997: 121). (Subtil, 2006: 55)

Transmissão e intercâmbio

«Há, segundo Kaplún, pelo menos duas grandes formas - antiquíssimas - de entender a comunicação: como transmissão (acto de emitir, informar) e como intercâmbio (relação de partilha e reciprocidade).
James Carey (in Communication as Culture, 1985) recorre a outras categorias - transmissão e ritual - para se referir ao mesmo problema. Muitas são as tradições teóricas propostas para compreender a comunicação (para uma percepção de conjunto, consultar,por ex., R.T. Craig, 2000). Mas é possível trabalhar na base da hipótese de duas grandes macro-categorias, apesar dos riscos de reduccionismo.
Uma questão que se torna pertinente analisar - e Kaplún formula-a explicitamente - é a de saber porque será que o modelo transmissivo-informativo se tornou hegemónico, a ponto de se confundir e reduzir frequentemente a comunicação à informação.
O nosso autor propõe duas hipóteses explicativas: 1) o carácter hierárquico e autoritário das nossas sociedades; e 2) a influência da irrupção dos meios de difusão colectiva a partir dos inícios da modernidade.»

original

As rádios são todas iguais

«The majority of stations in Britain follow a very similar format dominated by music” (Fleming, 2002: 6)

a explucação para o crescimento musical

A partir do momento em que se constata «la desregulación del espectro radiodifusor europeo en los 80 que permitió seguir la estela del enorme desarrollo de la radio musical USA iniciado una década antes, a la vez que amplió el panorama de la oferta. Desde aquel entonces podemos decir que empezó el proceso de doble segmentación progresiva: la de los contenidos musicales y la de la audiencia» (Marti in Esteban, 2000: 241)

Partir do pressuposto de que estamos perante um novo meio (um novo paradigma)

“El punto de partida de esta propuesta, la hipótesis principal, que hacemos es que estamos frente a un nuevo medio, y por tanto el canal obliga a adaptar la producción informativa a las características del mismo. Determinar cuáles son esas características es indispensable si se quiere hacer cualquier tipo de teorización sobre los géneros ciberperiodísticos que han comenzado a fojarse, algunos de los cuales son bien diferentes de los que ya conocemos en la prensa escrita o los medios audiovisuales. Entre otras cosas, porque muchas de esas caracteristicas son imposibles de conseguir en los medios que hasta ahora conocíamos. Estanos, sin duda, ante un nuevo paradigma (…) Diáz Noci, Javier, Los géneros ciberperiodísticos: un aproximación teórica a los cibertextos, sus elementos y su tipologia, http://www.ehu.es/diaz-noci/Conf/santiago04.pdf, consultado a 18/2/06)

O peso da rádio musical

La especialización musical es el fenómeno radiofónico más desarrollado en Estados Unidos y un fenómeno consolidado en Europa en términos de programación y audiencia. En la actualidad, la radio europea dispone de más de veinte formatos musicales. España presenta la mayor diversificación con más de siete formatos. La radio europea dispone de alrededor de un 30% del mercado de audiencia mundial de la radio musical, principalmente en España y Francia».
Elsa Moreno Moreno, MArtinéz-Costa, 2001: 203

O peso da rádio musical em Portugal

A rádio musical em Portugal vale mais de 70%

March 25, 2006

Somando os valores da audiência (2004, ANuário de Meios da Marktest) das sete rádios mais ouvidas com uma programação claramente musical em Portugal, temos:
RFM 13,5%
Comercial FM 6,9%
Cidade FM, 3,9 %
Antena 3 3,7 %
RCP 3,6%
Best Rock FM 1,5%
Mega FM 1,5 %
ToTAL: 34,6
(faltam: RR 10,9%, TSF 5,0 e Antena 1 4,1 - que totalizam 20 %)
Sendo que as 10 rádios mais ouvidas representam 54,6 da audiencia acumulada de véspera. A restante audiência pertence a rádios locais ou a cadeias mais pequenas.
COnsiderando que não existem mais rádios de informação (como a TSF) ou em que a palavra tenha um peso expressivo (como a RR ou Antena 1, sempre superior a 40 %), pode deduzir-se que a rádio musical terá uma audiência em Portugal de 80 a 70 %.

Estes dados ganham mais expressão se se acrescentar que «el formato musical es estrategia de programación prioritaria de la radio comercial europea, disponiendo de una notable aceptación entre los oyentes, donde en algunos países como España, Francia o Italia, su seguimiento alcanza entre el 34% y el 30% del total de audiencia radiofónica» (Moreno, Elsa, «La radio de formato musical: concepto y elementos fundamentales», Comunicación y Sociedad, Volume XII, nº 1, 1999, pág. 90)

O informacionalismo de Castells

«Es imposible aproximarse a la evolución de las TIC y su implantación en todos los ámbitos de la realidad actual, con la vista puesta en el retrovisor. Es por eso que Manuel Castells y otros investigadores (1998), han construido una nueva base argumentativa que denominan Informacionalismo. El Informacionalismo sustituye al Post-industrialismo como matriz dominante de las sociedades del siglo XXI (CASTELLS, 1998, 2002). Este modelo tecnológico argumenta el papel central de la tecnología en todos los ámbitos de la realidad, a la vez que ofrece la base teórica necesaria para comprender el desarrollo de un nuevo modelo de estructura social denominada Sociedad Red. Se trata de un modelo que no crea información y conocimiento en si mismo. El aspecto más novedoso de la teoría informacionalista es el papel central que se otorga a las tecnologías en la manipulación de la información y del conocimiento (Lévy, 1996, 1998). El informacionalismo es, por tanto, un paradigma tecnológico basado en el aumento de la capacidad humana para procesar la información en torno a las revoluciones gemelas de la microelectrónica y la ingeniería genética (CASTELLS, 1998: 125)» (Toral e Murelaga, 2007: 53-54) 

Objectivos (U&G)

Ao longo de décadas varios autores procuraram saber porque é que os jovens ouviam a rádio, na linha de usos e gratificações. Este não é um estudo sobre os efeitos dos media - da rádio em concreto - nos jovens; será mais um estudo sobre os efeitos dos usos dos media pelos jovens; não se estudam programações, estuda-se o que os jovens poderão fazer a essas programações. ainda assim, também nos interessa - pontualmente - perceber porque é que os jovens estão a deixar de ouvir. os numeros provam-no, sendo que as razões estão mais do lado externo - não dependentes da rádio (a digitalização) do que do lado de dentro (descontentamento com o que se ouve - que tambem existe)

 

O utilizador é o conteúdo da Internet

 

“The medium is the message” is no doubt McLuhan’s best-known aphorism. (Levinson, 1999: 35) …_ has been well understood in general, and aptly recognized as the flagstone in McLuhan’s path to understanding media. But, unsurprisingly, much of its subtlety and implication has been wildly misinterpreted as a manifesto “against” content, or that what is communicated does not matter at all. 35  McLuhan’s attempt to shift our focus from content to medium derived from his concern that content grabs our attention to the detriment of our understanding and even perception of the medium and all else around it much as the flood of sunlight on even cloudy days blinds us to t he stars that also inhabit our sky, and of which our sun is but a special, particular case. 36-37 In other words, the user is the content of the Internet – which, it turns out, is much what McLuhan went on to say, in a metaphoric sense, about media in general. 39

McLuhan’s examples of users as content – telephone and television (he also mentions radio) – are all electronic. Telephone, of course, presents a special case, because it is intrinsically interactive, as is online communication. But why distinguish television and radio as media in which the user is “sent”? The answer can only reside in the instantaneity of electronic communication, and the impact it has on the perceiver: whereas books and newspapers bring the world to us, clearly after the fact, radio and TV bring us to the world, to the very scene  of the action. 39-40

A Internet foi o primeiro meio a surgir sem ser suportado por publicidade

«This is the first mass marketing medium ever that isn't supported by ads. If a newspaper, a radio station or a TV station doesn't please advertisers, it disappears. It exists to make you (the marketer) happy.That's the reason the medium (and its rules) exist. To please the advertisers. But the Net is different. It wasn't invented by business people, and it doesn't exist to help your company make money»

Godin, Seth, The web doesn't care Seth Godin's blog, 21/07/08

Cuidado com o media-determinismo

«I have often criticized McLuhan for his media determinism (e g., Levinson, 1979a), or tendency to cast humans as the “effect” of technology, rather than vice versa (see, for example, his observation that humans are the “sex organs” of technology, 1964, p. 56 – the modern rendition of Samuel Butler’s line that the chicken is the egg’s way of making another egg, also picked up in the twentieth century by Richard Dawkins and his view of the organism as the gene’s way of making more genes).  Levinson, 1999: 40

Explicar ou explorar

When McLuhan was called upon to explain, he said his intention was not to explain, but to explore. (Levinson, 1999: 2)

A definição do novo meio

In the first edition, we also rejected definitions of new media based solely on particular technical features, channels or content. Instead, deliberately incorporating both technological and social, political and economic factors, we defined them as 'information and communication technologies and their associated social contexts» (Lievrouw e Livingstone, 2006: 2)

Internet: um meio de comunicação e não um mero suporte

a Internet ganhou condições para se apresentar como «una nueva forma de comunicación y no exclusivamente de un nuevo soporte» (Martinéz-Costa, 2004: 7).

(ja usado em 3.3)

A internet baralha o conceito de rádio, não apenas porque cria um novo meio, um novo conceito relativamente aquilo que é a rádio, mas porque ao mesmo tempo potencia o velho conceito de rádio: a rádio atraves da net pode permitir - e, de certa forma, até potencia, a escuta passiva, caracteristica importante da rádio hertziana; a rádio na net pode ser wireless e isso permite uma escuta em acumulação; acontece é que, a partir do conceito de audio, a rádio cria uma nova categoria, essa já nada tem a ver com a anterior.

Rádio ou radiodifusão

Quando se analisam os fundamentos de um conceito, como é o caso, o rigor não só é desejável como essencial. Ainda assim, por vezes, esse rigor pode ser inimigo da compreensão: é o caso da palavra rádio. Em rigor deveríamos usar o termo radiodifusão para descrever a comunicação, o meio; e deixar a palavra rádio para o receptor, mas a dupla semântica está de tal maneira institucionalizada que o leitor poderia pensar que estamos a falar de outra coisa; da mesma forma, som e áudio são coisas diferentes, mas já é difícil separar os conceitos

A importância da rádio musical

Elsa Moreno lembra que «la radio de formato musical es un fenómeno que a finales de los años noventa, afecta a más de 10 mil emisoras en Estados Unidos – el 88% del número total de estaciones –, disfrutando de casi el 74% respecto del total de audiencia de radio» (Moreno, La radio de formato musical, pág. 90)

MORENO MORENO, Elsa, «La radio de formato musical: concepto y elementos fundamentales», Comunicación y Sociedad, Volume XII, nº 1, 1999

Cuidados com os estudos

- «The Arbitron Company, in conjunction with Edison Media Research (Arbitron Study, 1999), conducted a large telephone survey of more than 1000 Arbitron diary keepers (...) Because Arbitron has a vested interest in the overall success of radio as an advertising medium, the wording of many questions and the presentation of many findings have an obvious positive spin. Among the relevant findings were that the vast majority of respondents believe that listening to commercials is a "fair price to pay for free programming on the radio." On the other hand, a less publicized finding was that one third of the total sample would be willing to pay $5 per month for commercial-free programming. This study also concedes that young people(ages 12 to 24) are more likely to switch stations due to commercial avoidance. (McDowell and Dick, 2003 pag 52)

Pressuposto de partida

este estudo orienta-se  a partir do pressuposto de que os media e os seus conteduos não determinam (hoje como no passado) os comportamentos (historico, social e cultural) dos jovens, mas que contribuem, de uma forma significativa, para o seu desenvolvimento