QUEM OFERECE E QUEM PROCURA (wolton):
QUEM OFERECE E QUEM PROCURA:
«A televisão e, de forma genérica, a rádio e a imprensa remetem, como se viu, para uma lógica de oferta; os novos meios de comunicação social, para uma lógica de procura. Na realidade, as duas lógicas são complementares, algo que será mais evidente quando a actual relação de forças, um pouco ridícula, entre os antigos e os novos meios de comunicação social tiver perdido parte do seu vigor. Uma coisa é certa: não podemos falar de "progresso" ao descrever a transição entre as duas formas de comunicação; ambas são úteis e, com excepçao dos domínios para os quais cada uma está mais apta, rapidamente chegaremos à conclusão que a escolha entre elas depende da natureza dos serviços e das preferências dos indivíduos, sem que se instale qualquer hierarquia rígida nestas escolhas. Preferir o computador à televisão não dá prova de mais apurada "inteligência" ou de maior 'abertura de espírito". Ao invés, preferir a leitura do jornal ou ver televisão não constitui tão-pouco qualquer evidência de menor adaptação ou menor curiosidade por comparação com aquele que passa horas em frente do terminal de computador. Não há nenhuma hierarquia ao nível individual entre estas duas formas de comunicação, que, na realidade, dependem de suportes, de conteúdos e de preferências de uns e de outros, o que não quer dizer, obviamente, que sejam equivalentes do ponte ae vista da teoria da comunicação.» (2000, 74)
«O debate entre antigos e novos meios de comunicação social não está bem colocado. Apenas deslocando o seu centro de gravidade será possível escapar a essa autêntica guerra religiosa, nos termos da qual qualquer crítica dirigida às novas tecnologias e ao discurso fetichista que as acompanha implica que se seja conservador e adversário do progresso. (...) Há que sair do falso debate antigos vs. modernos; entre novos e velhos meios de comunicação social; entre progresso e conservadorismo... (...)» (2000: 109)
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