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Transistor kills the radio star?

a rádio tem efeitos mágicos???

«O rádio, segundo McLuhan (1964:337), afeta as pessoas como que pessoalmente, oferecendo um mundo de comunicação não expressa entre o escritor-locutor e o ouvinte. Este é o aspecto mais imediato do rádio, uma experiência particular. As profundidades subliminares do rádio estão carregadas daqueles ecos ressoantes das trombetas tribais e dos tambores antigos. Isto é inerente à própria natureza deste meio, com seu poder de transformar a psique e a sociedade numa única câmara de eco.

 

O autor cita o pensamento de Platão, para quem o tamanho certo de uma cidade era indicado pelo número de pessoas ao alcance da voz de um orador. Segundo ele, até o livro impresso, para não falar do rádio, torna irrelevantes, para efeitos práticos, as pressuposições políticas de Platão. Mas o rádio, dada a sua facilidade de relações íntimas e descentralizadoras, tanto ao nível pessoal como ao de pequenas comunidades, poderia facilmente realizar o sonho político de Platão numa escala mundial.

Além da radiofonia, a evolução tecnológica do rádio, associada aos diferentes contextos, deve ser considerada. O que viria a ser o rádio, no início do século XX, é apenas uma experiência de transmissão de sinais à distância. Trata-se muito mais de uma resposta da tecnologia e dos estudos científicos da época do que o meio em si.O mundo passa por significativas mudanças, em grande velocidade, especialmente sob o aspecto tecnológico. É o período da revolução Científico-Tecnológica. As pessoas migram para diferentes países, deixam o campo e passam a residir nas cidades. A necessidade é por uma tecnologia capaz de proporcionar-lhes comunicação.

Esta resposta de transmissão à distância evidencia também o primeiro conflito mundial, do qual resultou como fracasso, a dificuldade de comunicação. Invenções básicas e necessidade de uso chegam ao momento em que a sociedade encontra uma utilização para o rádio, que se transforma em meio de massa. Este pode ser considerado um período com grandes repercussões. O rádio responde como meio de massa a uma busca da sociedade, ansiosa por informação, entretenimento e também uma ambição dos governos em chegar às populações com maior facilidade.

As propostas dos autores da época, a exemplo de Brecht(1984), demonstram os efeitos que o rádio é capaz de suscitar. Causa fascínio também pela possibilidade de transmissão da música e da voz humana. Não é mais uma voz que vem de dentro, da consciência, no pensamento da filosofia, conforme registram alguns autores, mas uma voz que vem de fora e acompanha o ouvinte por todas as partes»

Cunha, 2006: 2-3

 

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