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Transistor kills the radio star?

OyG: a multidão activa... (e Brecht)

«Agora, de repente, aparecem sob a forma de aglomeração, e os nossos olhos vêem onde quer que seja multidões. Onde quer que seja? Não, não; precisamente nos melhores lugares, criação relativamente refinada da cultura humana, antes reservados a grupos menores, em definitivo, a minorias. A multidão, de repente, tornou-se visível, instalou-se nos primeiros lugares da plateia da sociedade. Dantes, se existia passava despercebida, ocupava o fundo do cenário social; agora passou para a boca de cena, é ela a personagem principal. Já não há protagonistas: só há coro» (OyG, 2007: 41)

«A velha democracia vivia temperada por uma dose abundante de liberalismo e de entusiasmo pela lei. Ao obedecer a estes princípios, o indivíduo obrigava-se a manter em si mesmo uma disciplina difícil. Sob o amparo do princípio liberal e da norma jurídica, as minorias podiam actuar e viver. Democracia e lei, convivência legal, eram sinónimos. Hoje assistimos ao triunfo duma hiperdemocracia em que a massa actua directamente sem lei, por meio de pressões materiais, impondo as suas aspirações e os seus gostos. » (44)

«já em 1920 Ortega acreditava que, apesar de a Europa ainda mandar no  Mundo, penas restava desse mando a perduração inercial. - Em todos os  países as massas de toda a ordem se dispõem a assaltar o poder e tornar-se  donas do estdo. - Em todos os tempos houve massas, mas o seu papel normal foi o de seguir as sugestões superiores» (OyG, 257; nota de rodapé)

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