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Transistor kills the radio star?

(3.0) A segmentação como resultado da lógica comercial?

A rádio que chega até à década de 90 do século passado é basicamente aquela que Lazarsfeld ajudou a idealizar e que Adorno criticou. Mudaram algumas coisas, como o local de escuta, que passou de casa para o carro, e perdeu-se a socialização dessa escuta (de acto colectivo passou a ser individual), mas a rádio é basicamente a mesma, a mesma industria cultural: mesmo a segmentação da oferta, última grande 'transformação' que marcou a rádio pós-televisão, pode ser vista como a evolução natural da procura - inevitável - de públicos mais adequados aos interesses dos anunciantes, que não se importam de gastar mais para ter menos publico, desde que esse público seja o certo (da mesma forma que, há que o reconhecer, essa segmentação da oferta também corresponderá a uma certa segmentação social e cultural ao nível dos mais variados interesses especializados- que a digitalização continua a potenciar, até chegar aos interesses individuais)

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