A lógica de funcionamento da rádio e a teoria do gatekeeper
Se é certo que o termo «'gatekeeper' refere-se à pessoa que toma uma ecisão numa sequência de decisões; foi introduzido pelo psicólogo social Kurt Lewin num artigo, publicado em 1947, sobre as decisões domésticas relativas à aquisição de alimentos» (Traquina, 2002: 77), e que estudos posteriores ao de David Manning White (que analisou como «o processo de produção da informação é concebido como uma série de escolhas onde o fluxo de notícias tem de passar por diversos gates, isto é, «portões» que não são mais do que áreas de decisão em relação às quais o jornalista, isto é o gatekeeper, tem de decidir se vai escolher essa noúcia ou não», Traquina, 2002: 77) puseram em causa as suas conclusões ("Gieber (1956) refuta as conclusões de White, concluindo que o factor predominante sobre o trabalho jornalístico era o peso da estrutura burocrática da organização e não as avaliações pessoais do jornalista que, segundo Gieber, «raramente» entravam no processo de selecção. Em outro artigo, Gieber (1964) escreve que as notícias só podem ser compreendidas se houver uma compreeno das "forças sociais» que influenciam a sua produção.", Traquina, 79), a verdade é que podemos entender este conceito como menos dependente de alguém em concreto, mas numa perspectiva mais epistemológica: a ideia de que alguém ou 'alguéns' tomam determinadas decisões sobre os conteúdos que chegam aos destinatários, seja com base em critérios, digamos, pessoais, seja em conjugação com um conjunto de normas profissionais ou de pressões do sistema (neste caso, da rádio musical, da indústria discográfica)
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