Primeiros resultados (experimentais) do PPM
Os sistemas actuais de medição de audiências em rádio variam entre as entrevistas aleatórias, ainda que representativas da amostra nacional, como é o caso de Portugal, e o sistema de “diário” (uma amostra pré-seleccionada preenche diariamente uma folha de um caderno, dando conta da rádio que ouviu e quando ouviu).
É fácil de perceber que estamos perante sistemas baratos mas sem rigor, aproximativos, que não permitem leituras diárias ou semanais (nos Estados Unidos, como em Portugal, a Arbitron faz como a Marktest, quatro leituras anuais). Não admira, também, que anunciantes e as próprias rádios já tenham contestado diversas vezes os sistemas vigentes – até pelo contraste com a audimetria.
Também por causa disso, têm sido anunciados alguns sistemas de medição electrónica, com especial destaque para o “Portable People Meter”, da Arbitron (uma pequena caixa que se transporta no bolso ou ao cinto e que identifica e regista as rádios que vão sendo ouvidas; ao fim do dia esse aparelho faz a descarga para a central, sempre sem qualquer intervenção humana).
Prometido diversas vezes, nos últimos anos, tem agora lançamento comercial marcado para 2006. O que tem atrasado o seu desenvolvimento não se sabe (fala-se na dificuldade de conseguir jovens que o transportem); sabe-se, isso sim, que nos EUA já foram feitos, pelo menos, dois grandes testes, o primeiro em Filadélfia, em 2002, e o segundo, este ano, em Houston. E que estas duas cidades serão as primeiras a experimentar comercialmente o PPM – um dos grandes operadores de rádio dos EUA, a Clear Channel, desesperada com os atrasos, prometeu avançar sozinha com um sistema alternativo, tendo desafiado outros construtores a candidatarem-se.
Dos testes feitos até agora algumas ideias podem ser sistematizadas:
- afinal ouve-se menos rádio do que a estimativa existente (que era de 15 horas e 15 minutos por semana, contra as 10 horas e 45 minutos apuradas agora);
- há mais gente a ouvir rádio do que se pensava (93 por cento contra os 86 anteriores);
- os ouvintes de rádio ouvem duas vezes mais estações do que aquilo que se sabia;
(principal fonte:Kafka, Peter, “Is Radio’s signal getting stronger?”, Forbes, 20/09/05)
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