Saudades da rádio ou a ditadura das playlists
«De vez em quando infelizmente, cada vez mais raramente falam-me de rádio. Da rádio. Recordam-me os dias da rádio, não em filme, mas nas vidas reais de uma geração que cresceu a ouvir, a consumir, a conversar sobre rádio, e escolher os seus heróis e as suas estações. Uma geração a quem foi dada, mais tarde, a última oportunidade de fazer rádio isto é, imaginar, conceber e produzir programas onde o som das palavras, das músicas, e dos silêncios, eram conjugados, trabalhados, e pensados para resultarem em algo mais do que um gira-discos.
Havia música, sim senhor, mas havia mais mundo para lá da música. Havia autores e programas com autoria. Havia estilos. Havia formas de assumir o comando de uma emissão. Distinguiam-se as vozes. Nalguns casos, bastava ligar o aparelho para se perceber que estava no ar. Havia ambientes sonoros que só alguns sabiam criar. Enfim, havia rádio ( )
Daqui a um ano terão passado dez anos sobre o último programa que pude imaginar, conceber e produzir numa estação. É redundante perguntarem-me se tenho saudades ( )»
Pedro Rolo Duarte, no DNA de sábado, citado por Jorge Guimarães Silva. Ver também os comentários.
Havia música, sim senhor, mas havia mais mundo para lá da música. Havia autores e programas com autoria. Havia estilos. Havia formas de assumir o comando de uma emissão. Distinguiam-se as vozes. Nalguns casos, bastava ligar o aparelho para se perceber que estava no ar. Havia ambientes sonoros que só alguns sabiam criar. Enfim, havia rádio ( )
Daqui a um ano terão passado dez anos sobre o último programa que pude imaginar, conceber e produzir numa estação. É redundante perguntarem-me se tenho saudades ( )»
Pedro Rolo Duarte, no DNA de sábado, citado por Jorge Guimarães Silva. Ver também os comentários.
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