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Transistor kills the radio star?

2.0 O primeiro choque (a televisão)

O contexto da liberalização radiofónica portuguesa

«A grande mutação da paisagem audiovisual europeia tem no entanto lugar sobretudo a partir dos anos 1980. Assiste-se então a uma desregulamentação desenfreada que, muitas vezes, o poder político não consegue controlar. Tanto mais que tal desregulamentação é largamente favorecida pelas novas tecnologias: alijamento [sic] dos emissores, implantação de redes de cabo, lançamento de satélites de telecomunicações. A desmonopolização legal torna-se inevitável.»

J.-M. Nobre Correia, «Audiovisual público»,  Jornalismo & Jornalistas, Abr/Jun 06, pág. 24

Mas como lembra Castells (2003) citado por Magda Cunha, «(…)o sucesso comercial do rádio que levou seu controle a grandes conglomerados de mídia em todos os países, num efeito direto da desregulação que conduziu, como em muitas áreas da economia, a uma concentração crescente. Embora seja localmente orientado, cada vez mais seu conteúdo é homogeneizado. Por isso, estações de rádio alternativas, centradas na transmissão de programas do interesse de grupos específicos, encontram na internet uma maneira fácil de transmitir além do limite do espectro licenciado. (Não é mais possível pensar o rádio como antes, Mágda Cunha, 30/09/06, pag 7)

Notas sobre o primeiro choque

O primeiro choque refere-se ao impacto da TV na rádio: a caracterização neste trabalho começa um pouco antes, como contexto, passa pelo apogeu da rádio, segunda guerra mundial e década seguinte e pelo impacto directo da televisão e termina com as consequências/herança que ela deixa; ou seja, termina na década de 60)

Década de 30 (a subir de importância)

Décadas de 40 e 50 (apogeu e queda)

Década de 60 (renascer)

O primeiro e o segundo choques

Alguém me chamava a atenção para o facto de a terminologia aqui usada poder criar dúvidas. Na verdade, designar por o primeiro choque o "conflito" entre a rádio e a televisão (nas décadas 40/50/60 do século passado) é arriscar num nome sem agregação científica (por outras palavras, acho que nunca o vi em nenhum lado...).
Mas isso não lhe retira mérito (penso...): a ideia de um primeiro choque tecnológico só faz sentido se houver a perspectiva de um segundo. E o segundo choque tecnológico no universo da rádio está aí à porta...
Por isso, pelo menos por agora, manterei esta designação.