Nenhuma tecnologia elimina a outra?
«(...) Contudo, a lógica da remediação, continuam Bolter e Grusin (2000: 225), sugere que nenhuma tecnologia elimine as outras. É o caso dos videojogos, que podem ser jogados numa consola de videojogos ou num computador mas igualmente num televisor» , escreve Rogério Santos, a partir do livro de Jay David Bolter e Richard Grusin, Remediation. Understanding new media (2000).
Rogério Santos, num texto anterior: «Os estudiosos dos media aceitam o mito moderno do novo: as tecnologias digitais como a internet, a realidade virtual e os gráficos de computador estabelecem um divórcio face aos media anteriores, com novos princípios estéticos e culturais. Jay David Bolter e Richard Grusin põem em causa esta concepção, oferecendo uma teoria da mediação na idade digital. Bolter e Grusin argumentam que os novos media encontram significado cultural precisamente porque prestam homenagem e renovam os media anteriores como a pintura de perspectiva, a fotografia, o filme e a televisão. Ao processo de renovação, eles chamam "remediação", referindo que os media anteriores se renovaram face a media ainda mais antigos: a fotografia remediou a pintura, o filme remediou a fotografia, a televisão remediou o filme, o teatro de revista e a rádio (da contracapa do livro de Jay David Bolter e Richard Grusin)» Concordo com esta perspectiva (menos a questão da 'homenagem'), a partir do momento em que se assiste à utilização por parte da Internet, como canal de distribuição, de conteúdos dos meios clássicos, incorporando-os, misturando-os, e adaptando-os: o video, os graficos, os canais de audio, etc.
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