O que poderá fazer a rádio: juntar-se aos sucessos em vez de os fabricar
USADO «Perante esta realidade de múltiplas ofertas – juntando a crescente digitalização de milhões de canções, descarregadas legal ou ilegalmente em grandes quantidades, e a multiplicação de editoras que existem sobretudo na Internet (web-labels) – é possível concluir que o consumidor tem o controlo: 1) Os fãs deixaram de estar dependentes da rádio (ou de terem de comprar o disco) para contactarem com determinado artista; 2) Os fãs são cada vez mais interactivos: pedem, exigem, sugerem. Comunicam; 3) Uma canção vive e pode conseguir sucesso sem chegar à rádio. (...) A rádio, habituada a fabricar os sucessos, confronta-se com uma nova realidade: ter de se associar a esses sucessos para não perder ouvintes – que provavelmente já os conhecem de outros acessos.» (Meneses, 2007: 5) UMA RELAÇÂO PASSIVA E PERFEITA ENTRE RÁDIO E INDUSTRIA MUSICAL: «A decisão sobre a inclusão ou não nas listas de difusão era, aliás, um dos três grandes problemas colocados pelas rádios à indústria, juntamente com a formatação por estilos de música, que obriga a uma arrumação nem sempre pacífica, e a estratégia das editoras, que procura “vender o máximo de cópias do mínimo de produtos, o que, dada a expansão da rádio aos níveis local e mundial, permite concluir que o aumento do tempo de emissão se fez difundindo a mesma música” (Neves, 1999:74). Tirando estas excepções, indústria e rádios casaram durante décadas sem crises: de uma forma muito simples, as editoras davam a música às rádios, as rádios divulgavam-na. Tudo de borla, portanto, evitando com que as editoras gastassem muito em publicidade e as rádios tivessem de pagar pelos conteúdos que transmitiam (Neves, 1999:73). A construção de programas com base no top de vendas será provavelmente a representação máxima da relação passiva entre indústria e rádio» (Meneses, 2007: 7)
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