«O preço a pagar pelo progresso» (a desumanização)

«(...) existe sempre um preço a pagar pelo progresso. Na maioria das vezes, uma nova tecnologia resolve um problema pendente, mas cria outros, e há uma forte tendência para omitir este segundo aspecto. Ve-mo-lo constantemente na automatização dos serviços, dos bancos, dos comboios... Após haver suprimido os homens em proveito de máquinas mais eficazes, constata-se uma profunda desumanização e a necessidade urgente de os reintroduzir no comércio, nos comboios, nos servIços. Amanhá na educação, após se ter querido complementá-los, e por vezes substituí-los, por terminais inteligentes e interactivos, constatar-se-á o mesmo processo. Os investigadores há já trinta anos que fazem soar o alarme face aos riscos da desumanização da sociedade sob o pretexto que a maior parte das tarefas podem ser executadas por robots. » (Wolton, 2000: 183)