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Transistor kills the radio star?

Outras formas de chegar ao sucesso (sem a rádio)

«Reza a lenda – ou, há quem diga, a manobra de marketing – que a então pouco conhecida cantora escocesa Sandi Thom ia a caminho de dar um concerto no País de Gales quando o carro avariou. Nesse momento, decidiu que a Internet seria a melhor forma de fazer a sua música chegar a todo o lado, sem se sujeitar às vicissitudes da vida na estrada: através de uma webcam, a partir do seu próprio apartamento, transmitiu uma série de 21 concertos para o mundo inteiro. Reza ainda a mesma lenda que a primeira emissão foi vista por 70 pessoas mas que, a meio desta sua digressão virtual, já se contavam mais de 160 mil espectadores on-line. Em três semanas, o fenómeno levou Sandi Thom a assinar contrato com uma multinacional, e, mal o single ‘I Wish I was a Punk Rocker’ foi editado (em Junho deste ano), subiu de imediato ao topo as tabelas do Reino Unido. Curiosamente, destronou ‘Crazy’, do projecto  Gnarls Barkley, o primeiro single a chegar ao número um dos tops apenas com base na sua distribuição digital (…).

Lily Allen (a chamada ‘Rainha do MySpace’, rede the net-friends e divulgação musical alojada em www.myspace.com, a que já aderiram músicos portugueses como David Fonseca ou os mais alternativos Linda Martini). Através da difusão da sua música on-line, criaram o seu próprio culto num meio em que o sentido de pertença a uma comunidade visionária é tudo»

 

Ana Markl, «As estrelas do ciberespaço», Sol/Tabu, 23/09/06, pág. 12 

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