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Transistor kills the radio star?

O DAB e o DRM em Portugal

«(...) os custos da operação e o facto desse conceito obrigar à existência de um operador que controlaria o sistema e a quem os outros teriam de pagar, levou a que a ideia não colhesse muito sucesso por toda a Europa, incluindo Portugal. A Rádio Difusão Portuguesa, RDP, foi o operador eleito em concurso público em 1998, para gerir o DAB. Foram-lhe atribuídos seis canais - três para as três estações da RDP e outros três para os dois operadores privados com rede de cobertura nacional que são a Renascença e a Comercial. Mas os operadores privados nunca se mostraram interessados em aderir e a RDP é o único com DAB. Deveria entretanto ter arrancado um concurso para canais regionais mas nem chegou a ser lançado.
Há ainda a necessidade de ter um aparelho receptor apto a receber em DAB: "Em Portugal haverá por aí uma dúzia de pessoas com esses aparelhos. E há marcas que até já tiveram mas deixaram de fazer aparelhos DAB porque não vendiam", conta José Faustino. "O DAB arrisca-se a estar obsoleto antes da sua implantação", acrescenta. É aqui que entra o DRM. À semelhança do IBOC, o sistema de emissão de rádio digital terrestre usado nos Estados Unidos, o DRM permite uma passagem da actual rádio analógica para a digital de modo gradual, sem que para isso se tenha de enterrar o FM. "Prevejo que o DRM será mais rápido na passagem ao digital e terá maior adesão do que o DAB. Até poderão coexistir, apesar de eu achar que o DAB nunca se vai conseguir impor", conclui José Faustino.»

Ana, Machado, «Adeus DAB, olá DRM», Público, 20/2/06

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