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Transistor kills the radio star?

Quando o protagonismo da rádio não era bem assim...

A rádio, um pouco por todo o lado, ganhou alguma importância e manteve-se como meio mais influente até a televisão se democratizar. Terá acontecido isso em todos os países - o que variou foi o momento em que isso aconteceu.

Se no Estados Unidos esse domínio durou apenas duas décadas (ou menos), quanto menos desenvolvido é o país, mais a rádio assume protagonismo. Até que a televisão toma conta de alguns domínios que a rádio explorava e ela se assume sobretudo como meio secundário. Parece-me que esse tal protagonismo da rádio - e acabo de ler no Courrier Internacional nº 37 (16/12/05) um artigo sobre a importância da rádio Studio Ijambo na pacificação do Burundi - é sempre um extra, uma função provisória, algo que faz por ausência dos restantes meios.

A rádio vive(rá), nos EUA ou no Burundi, como meio secundário.

1 comentario

Edgard Costa -

E mesmo num único país isto não ocorre de maneira uniforme. É indiscutível a importância da TV no Brasil, mas nos grandes centros urbanos e, nomeadamente, na região sudeste (eixo S.Paulo, Rio, Minas). Nas regiões norte e nordeste, muitas cidades não têm nem electricidade. Por vezes as pessoas reúnem-se em praças públicas para assistir a única TV da cidade, propriedade da Câmara Municipal, que tem, junto com a Igreja, os únicos prédios de tijolo. O resto é de barro.
O rádio tem o poder de ser transportável com um custo relativamente acessível, proporcionado pelas pilhas. O filme Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, retracta bem esta questão da informação etérea circulante.
Em uma medida bastante bem definida, isso tudo que se fala aqui é um fenómeno de uma determinada classe social, que será, penso, preciso definir claramente na introdução de teu trabalho.