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Transistor kills the radio star?

6.1.1 A música na rádio portuguesa

«Renascença lança nova rádio generalista»

Que sentido faz a notícia de hoje do Diário Económico revelando-nos que a «Renascença lança nova rádio generalista»?

Por aquilo que se percebe esse novo canal pretende ficar com o público que tem mais de 54 anos e que ouve actualmente a Rádio Renascença (e não só).

Ou seja, tratar-se-á de mais um passo na reformatação da actual RR: um canal abaixo dos 54 anos (35-54?), o que pressupõe uma «descaracterização» real do produto que em tempos foi o mais ouvido e é actualmente o segundo mais ouvido.

Aparantemente seria mais indicado criar uma nova rádio para o público acima dos 35 anos e deixar a Renascença com o seu público clássico. Mas alguma erosão nas audiências da Renascença (inevitável e provavelmente a acentuar cada vez mais) terá feito soar as campaínhas.

aguardemos.

PS - uma rádio que se apresenta como estando vocacionada para um público acima dos 54 anos (ou seja, para um determinado público e não para todos os públicos) não pode ser considerada generalista. É o quê, então? Não há uma transposição da nomenclatura de formatos dos EUA, mas será certamente algo entre os «adult hits» os «classic hits»

É com isto que a rádio portuguesa se preocupa!

Perante a indefinição dos suportes de emissão no futuro, o aumento das plataformas que fornecem música em concorrência com a rádio, a falta de convergência com leitores de audio digital que a rádio tem demonstrado, o crescimento da publicidade on line (em detrimento - mais cedo ou mais tarde - do elo mais fraco), a incapacidade de perceber que o podcasting pode ser um trunfo valioso ou a falta de verdadeiras webradios (apenas temos o simulcasting, à excepção do Cotonete), são estas as "Questões importantes, que exigem uma reflexão profunda" segundo a Associação Portuguesa de Rádios: «Além dos direitos de autor, da concentração de propriedade dos media e do recurso (cada vez mais recorrente) a métodos publicitários, outras questões prementes irão incendiar o debate. O presidente da APR engrossa a lista de preocupações gerais com o novo regime de taxas, o futuro código dos jornalistas, as quotas da música e o papel da nova Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC)»

Música portuguesa

Este texto dá algumas orientações.