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Transistor kills the radio star?

3.2.1 Downloads em Portugal

Os jovens não têm cartão de crédito mas podem comprar música on line

«O conceito é inovador, o processo de compra selectivo e original: numa parceria inédita no País, a MusicaOnline e a RFM uniram esforços em Julho "pelo download cem por cento legal". E porque a aliança da loja portuguesa de música virtual com a rádio líder de audiências resulta, "serão 1200 os novos pontos de venda que abrem já em Setembro", adianta ao DN o administrador da MusicaOnline, Flávio Gaspar. Na prática, o número traduz-se em maior flexibilidade de compra para os ouvintes: os vales de 5, 10 e 20 euros, até à data disponíveis apenas nas lojas BP, "passam a estar à venda em muito mais sítios, o que facilita o negócio", explica o responsável, optando por não revelar, para já, a identidade dos novos postos de venda. Os clientes podem igualmente continuar a pagar com cartão de crédito - via Internet e "de forma fácil, imediata e segura" - as músicas que escolherem de um catálogo que conta já com cerca de um milhão de títulos, disponíveis em vários preços a partir de um mínimo de 79 cêntimos por unidade. "Estamos a tentar que, dentro de um ou dois meses, o valor máximo actual - de 1,24 euros - baixe para 1,19", revela ainda ao DN Flávio Gaspar, firme na certeza de que é este o formato que os consumidores de música preferem actualmente. E, de facto, todos os indicadores convergem no momento de traçar a linha de (r)evolução do sector: o relatório anual de música digital, realizado pela International Federation for the Phonographic Industry, afirma que "o mercado de downloads digitais está a crescer geometricamente". Os relatórios da Nielsen Research confirmam a tendência ao apontar, em Portugal, para "uma taxa de crescimento anual de 169%" só em 2006. "A parceria com a RFM surgiu para dar resposta à procura dos ouvintes, acabámos por juntar o útil ao agradável no modo como tudo funciona", reconhece o responsável da MusicaOnline. Apoiado nas suas convicções pelo director de Programas da RFM, António Mendes: "A disponibilização da música que tocamos através da Net permite-nos servir melhor o público. Os nossos ouvintes são pessoas activas, tencionamos fazer da sua experiência radiofónica connosco algo tão dinâmico como eles próprios o são."

fonte: Dn, ANa Pago, «Compra de música na Net abre 1200 postos de venda», 14/08/06 

A lista das músicas "compráveis" online está acessível em www.rfm.pt ou no site www.musicaonline.pt.

Da música digital em Portugal

(informações recolhidas na Revista ED, ABril de 06, texto «Musica sem CD» de José Carlos Marques)

- no iTunes português, os Clã estiveram em primeiro lugar com «Problema de Expressão»

- o Sapo iniciou as vendas em 2004; têm um catalogo de 1,1 milhões de musicas de 61 mil artistas ao preço base de 99 centimos e 11,99 por album;

- da Musicaonline não é dada qualquer informação;

- A Universal Musica Portugal vende tambem para a Vodafone (comprar e ouvir musica nos telemoveis de 3g); os conteudos digitais (downloads completos e formatos para telemoveis) na UMP representam 10 por cento da facturação total;

- A EMI Portugal espera ter o seu catalogo digitalizado até final de março de 2006 (!); esperam que o consumo digital represente mais de 5 por cento da facturação total até março de 2007;

- A Warner  não trabalha com o catalogo nacional nem o vai digitalizar em breve

Um milhão de portugueses faz downloads de música (legais?...)

«O Bareme Internet contabiliza 1 128 mil indíviduos que afirmam costumar fazer download de músicas na internet, um valor que representa 32.9% do universo composto pelos internautas com 15 e mais anos residentes no Continente.

Mas, entre os jovens dos 18 aos 24 anos, a percentagem sobe para os 52.1%, sendo os que observam maior taxa de respostas positivas a esta questão.

Da mesma forma, a maioria dos estudantes também afirma costumar fazer download de músicas, referência dada por 51.3%.»

 

fonte: «Um milhão de internautas faz download de músicas», 8/6/06, http://www.marktest.com/wap/a/n/id~b05.aspx

Isto quer dizer alguma coisa?

Ou é apenas uma moda?
Em quatro ou cinco dias tive conhecimento de três grupos de música que lançam os seus novos temas na internet:
- Os Pajorpa (nunca ouvi falar), com "Ao meu jeito";
- Os Lulla Bye apresentam amanhã "Making me better";
- E os Peste & Sida têm um novo single, "Estamos de volta"

Apenas três exemplos...

"se vais copiar o CD em vez de o comprar nem vale a pena dançar"

«7 de Julho é o Dia Download de Boss AC!
Com o apoio da Antena 3, a 7 de Julho (quinta-feira), o tema "Faz o Favor de Entrar (Tuga Night)", do recente álbum de Boss AC "RAP - Ritmo - Amor - Palavras", poderá ser descarregado GRATUITAMENTE e LEGALMENTE da internet.
"Faz o Favor de Entrar (Tuga Night)" estará disponível em MP3 no site do artista em www.bossac.com.
Trata-se de uma experiência pioneira em Portugal. Realizada com o apoio da AFP (Associação Fonográfica Portuguesa), esta acção visa chamar a atenção para o facto de que os artistas vivem muito dos direitos de autor que recebem pelas suas gravações - e cada canção descarregada ilegalmente da net faz perder ao artista o dinheiro que lhe permite viver.
Ou, como Boss e o convidado especial Sam The Kid dizem em "Faz o Favor de Entrar"...
"Se andas perdido e não entendes a mensagem nem vale a pena dançar. se não nos levas a serio e não respeitas a arte nem vale a pena dançar. se vais copiar o CD em vez de o comprar nem vale a pena dançar. mas se vens em paz e tens a vibe faz o favor de entrar".»

Dia 7 de Julho, façam o favor de entrar em www.bossac.com. e descarreguem gratuitamente "Faz o Favor de Entrar (Tuga Night)".»

Proteste - Sapo mal classificado

O trabalho da Proteste avalia negativamente o portal Sapo, o único verdadeiramente português: mais caro, menos músicas e mais difícil de utilizar. "Mas tem a vantagem de a compatibilidade com os leitores do MP3 ser mais abrangente de o português ser o idioma reinante".
Do Sapo diz-se ainda: a música nacional é escassae, nos títulos internacionais, a oferta não cobre metade dos nomes pesquisados.

Proteste classifica música na internet

A revista Proteste(DECO) esteve a analisar seis lojas de música virtual (embora uma delas tenha sido encerrada entretanto, por problemas legais, a weblisten.com) e chegou à conclusão que são "sítios lentos e pouco práticos". No texto pode ler-se: "lojas lentas, restritivas, difíceis de utilizar e com um catálogo pobre é o triste panorama de alguns sítios que vendem música".
Mas fica provado que os preços, comparativamente com o formato clássico do CD, são bem mais baratos, com poupanças (em sitios "piratas") de 80 por cento ou de 30 por cento no iTunes.
A questão legal dos direitos também é desenvolvida. (obrigado Jorge)

Proteste - os sites consultados

Foram estes a revista diz que são seis lojas de música na internet disponíveis em Portugal):
http://www.allofmp3.com
http://www.mp3search.ru
http://www.apple.com/itunes
http://musica.sapo.pt
http://www.wippit.com
http://www.weblisten.com

Mais um sítio muito completo

e elucidativo sobre o fenómeno.
http://www.podcast.net/

O principal portal de música em Portugal

Chama-se Sapo XL, pertence à PT e - é informação deles - "Com o maior site de downloads de música da Europa.
Agora está também disponível no SAPO, o maior site de downloads de música da Europa. O SAPO Música, com mais de meio milhão de músicas disponíveis. De forma prática e segura, é possível gravar músicas para o seu computador, para um CD ou leitor de música digital".
A ligação está aqui e tem muita informação que, pelo menos à primeira vista, parece útil (sobre leitores de música digital, formas alternativas de adquirir música on line e como fazer os downloads).

A música digital em Portugal

«"Criou--se um sistema impeditivo da agilização de entrada da música no mercado digital", diz [Eduardo Simões, da Associação Fonográfica Portuguesa], referindo-se tanto às vendas através da Internet como para redes móveis (...) David Ferreira, da EMI Music Portugal, sublinhou que, mesmo "correndo-se o risco de adiar o futuro", neste momento (...) "Não dedicámos ainda o tempo necessário à digitalização de catálogos, nem ao ultrapassar de indefinições que impeçam a exploração do ponto de vista legal", acrescenta. E sublinha que, neste momento, o vendedor digital "que mais interessa" é o iTunes, que "não tem Portugal nas suas prioridades". E remata, esclarecendo que os detalhes a rever na directiva aprovada o preocupam, por enquanto, menos que estes outros problemas.»
in Diário de Notícias de hoje