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Transistor kills the radio star?

A lenta adaptação da rádio à digitalização

Nair Prata na sua tese mostra como é lenta e difícil a evolução da rádio convencional para a realidade digital, apresentando ela própria uma lista de possibilidades, que cruzam a lógica passiva com a nova realidade activa (2008: 213)

«Numa webradio prototípica, poderíamos encontrar os antigos gêneros hertzianos reconfigurados para o meio digital, mas também uma nova tessitura genérica e novas formas de interação. A reportagem, um dos mais relevantes gêneros radiofônicos, na web pode vir ancorada com vídeos, fotografias dos participantes e do cenário do evento comunicativo, textos e hipertextos com dados sobre o assunto em questão e infografia colorida e esclarecedora. Por meio de um serviço de busca, o usuário pode encontrar ainda mais informações acerca do tema. Nos programas musicais, são muitas as novidades a serem oferecidas pela webradio. O usuário passa a ter informações completas e detalhadas sobre a canção, seus autores e cantores a um simples clicar do mouse. Pode também ver um clipe da música, se desejar, ou imprimir a letra cifrada para tocar no violão. E, se o violão estiver desafinado, rapidamente o usuário encontra um afinador  o

 

n-line , uma versão digitalizada do velho diapasão. As webradios também oferecem as listas das canções mais tocadas da programação e a opção do pedido de música via rede. Na entrevista, além de ouvir, o público pode também ver os participantes da interação e conferir virtualmente outras discussões sobre o mesmo assunto. Também pode, se desejar, buscar a biografia do entrevistado e seu posicionamento em outras entrevistas. Numa notícia de utilidade pública, o público pode visualizar, por exemplo, a fotografia de uma pessoa desaparecida, acompanhar o depoimento de alguém que pede doação de sangue ou conferir, na tela e na versão impressa, as melhores opções diante de um desvio numa rodovia. No programa policial, sempre líder de audiência nas emissoras onde há esse tipo de transmissão, o usuário pode, ao ouvir o relato de um crime, acessar a opção para visualizar uma simulação da ação dos bandidos. Também é possível digitar o nome do assaltante e saber o que já foi publicado sobre ele. Pelo  chat, o usuário pode interagir com o locutor do horário e ambos podem se ver pela webcam. A programação não é determinada pela emissora, mas sugerida e construída a cada dia com a participação do público. Por sua vez, o ouvinte tem incontáveis opções de canais de áudio, demonstrando a força da segmentação»

 

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