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Transistor kills the radio star?

O elemento chave do rádio é o som? Para uma nova definição

«O elemento-chave do rádio continua sendo o som, só que agora com a agregação de novos signos nos campos textual e imagético gerados pela web. O som passa a ser o elemento definidor, o divisor de águas, o ponto de partida e de chegada da radiofonia. No rádio, o som deve ter sentido por si próprio, sem a necessidade do apoio do texto ou da imagem, como em outras mídias. Como lembra Charaudeau (1997), no rádio somente o conteúdo sonoro faz sentido (p. 120), mas podemos dizer que, com a internet, o texto e a imagem agora também fazem parte da webradio.

Outro elemento definidor do rádio é a sincronia da transmissão com a vida do ouvinte. Se não for assim, não é radiofonia. Como afirma Charaudeau (2006),

o rádio é, por excelência, a mídia da transmissão direta e do tempo presente (p. 107). O áudio on demand não pode ser caracterizado como rádio, mas como um dos elementos constitutivos da radiofonia.

Assim, a partir da definição de Meditsch (2001) e com base na presença de elementos textuais e imagéticos na radiofonia, podemos conceituar o novo rádio como: Meio de comunicação que transmite informação sonora, invisível, em tempo real. A informação sonora poderá vir acompanhada de textos e imagens, mas estes não serão necessários para a compreensão da transmissão.

Assim, ficam excluídos desta definição os

podcasts, os iPods, os reprodutores de música digital, as emissoras pessoais e qualquer outra forma de transmissão oral que não seja feita no tempo real da vida do ouvinte» (Prata, 2008:71)

Não concordo com a definição: a exclusão que faz dos elementos visuais não tem sentido na medida em que será cada vez mais dificil separar, excluir, numa logica de integração e convergencia

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