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Transistor kills the radio star?

Rádio é (apenas) ouvir?

Há quem defenda que rádio é ouvir. Não temos essa visão tão simplista do meio, na medida em que rádio não é apenas ouvir; é certamente ouvir qualquer coisa (música, vozes, sons ambiente, efeitos sonoros, etc.) mas ouvir com determinadas características, e – é aqui que está a diferença de posicionamento – são essas características que fazem o meio rádio. Prata (2008: 48-49) por exemplo releva que «a ligação humana com o rádio hertziano se dá através do sentido da audição. Isto é, para escutar rádio é necessário apenas o sentido biológico de ouvir, nada mais do que isso». Rádio é muito mais: é – ainda que diminuto – o poder de ligar e desligar, de escolher entre a oferta disponível, de procurar os conteúdos que mais interessam, é valorizar uns em detrimento de outros. Rádio é numa relação com um conteúdo sonoro… que se ouve.

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