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Transistor kills the radio star?

Caminhos para a rádio musical

 

«Visto desta forma fatalista, a rádio, sobretudo musical, estará condenada. Mas há caminhos que a rádio pode tomar para tentar sobreviver – conciliando a sua característica gratuita com a forte implantação histórica e cultural [até que ponto isto é relevante para quem não a conhece?]:

Deixar, de uma vez por todas, de entender a Internet como rival e potenciar-se através dela, criando múltiplos canais de difusão musical, chegando a nichos esquecidos e possibilitando uma lógica de diversidade e de repetição, palavras inconciliáveis na rádio convencional (mas não para os canais áudio que transmitem em streaming); Para Elsa Moreno Moreno a especialização musicalpode não ser a única resposta à pergunta sobre os novos conteúdos da rádio “pero sí la más extendida y probablemente lo siga siendo durante los próximos años a través de los diferentes soportes de producción y distribución ante los que converge el médio10. O mesmo caminho é apontado por um estudo da TechnoMetrica Market Intelligence:O futuro da rádio musical reside provavelmente em entretenimento altamente especializado e em apresentar novos artistas e produtos musicais a mercados altamente especializados11. A Internet também permite as tais expressões de interactividade, um dos segredos da web social, e que não há razão para a rádio não incorporar;

O sucesso desses canais de áudio é explicável pela desatenção da rádio convencional – que tem o know how, mas se limita a repetir fórmulas. Poderia ter sido ela a promovê-los. Ou seja, ganha quem tiver conteúdos que façam a diferença e se, quem os tiver, os adaptar aos novos tempos Se isso não acontecer, não faz sentido concorrer quando a perda é evidente;

Mais do que apostar em inovações tecnológicas que parecem condenadas a médio-prazo (como o HD, que permite o multicasting, mas obriga a novos aparelhos e a novas lógicas de convergência), o esforço da indústria deveria ser para convencer as marcas que operam os novos suportes a integrar a rádio como funcionalidade standard (uma entre várias); ou seja, estar onde estão, e onde estarão cada vez mais, os potenciais ouvintes (o receptor de rádio, tal como o conhecemos hoje, está condenado a convergir ou a desaparecer);

E, finalmente, não se limitar à conectividade em telemóveis, consolas ou leitores de áudio, mas encontrar programas, serviços e conteúdos que estas plataformas – por serem apenas distribuidoras – não contemplem; a espontaneidade da voz humana parece um valor determinante.

(...) há algo que parece abrigado de qualquer futurologia: só com novos conteúdos a rádio musical pode sobreviver. É que o ambiente não é mais o mesmo: do offline passamos, todos, para uma realidade online. Com outras características, exigências e possibilidades» (MENESES, 2007: 11-12)

 

 

10

Elsa Moreno Moreno, s/ título, http://www.unav.es/fcom/jornadas2000/Ponencias/Ponencia%20Elsa%20Moreno%20Final%20.htm (cons. a 06/01/07)

11

Music Radio Stations Hard Hit By Personal Digital Music Revolution”, Music Industry News Network, 08/06/05 (cons. a 06/01/07)

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