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Transistor kills the radio star?

Sobre a interactividade na rádio (e a hipertextualidade)

«A agregação de ferramentas conspira para que os usuários possam promover escolhas no processo de navegação na rede, alterando significativamente, a relação entre o meio de comunicação e seu usuário, possibilitando uma interação entre ambos, jamais exercitada nesses níveis anteriormente. Moraes (1998:3) relaciona interatividade a um processo bidirecional de uma mídia onde os pólos, emissor e receptor são intercambiáveis e dialogam entre si durante a construção da mensagem, o que não se consegue observar na maioria de nossas relações com as novas tecnologias, ou com outros homens através desta. E conclui (1998:8) que: ...na rede não há lugar para receptores passivos que são afogados numa avalanche de informações que percorrem uma via de mão única, necessitando-se pôr em prática a superação do paradigma do emissor, receptor, meio e mensagem (...) e que temos um ambiente comunicacional, no qual, mais do que qualquer outro os processos de feedback são vitais, pois nada acontece na WEB que não seja uma resposta a estímulo de um usuário, ou outra máquina, sendo frustrante constatar que poucos atentaram para este fato» Navegando na rede, os usuários utilizam uma interface que conduz a recursos múltiplos, abrindo novas janelas entre espaços virtuais diferentes, o que Capisani (1999:107) denomina hipermídia. Através dela, o usuário não só dispõe da união e interação de diferentes recursos (fotos, ilustrações, videoclipes, textos e arquivos sonoros e de vídeo) como da possibilidade de acioná-los de qualquer ponto, através de links (âncoras que permitem que os usuários saltem de um conteúdo para outro), que os selecionam, editam, imprimem, colam, ou ainda alteram a luz, cor, tamanho das imagens quantas vezes desejar acionando mecanismos de busca: botões, figuras, setas e/ou palavras (CAPISANI, 1999:108). Segundo Negroponte (1996:73-75) “a hipermídia é o desenvolvimento do hipertexto, designando a narrativa com alto grau de interconexão, a informação veiculada”. Trigo-de-Souza (2002:94) afirma que: ... a hipertextualidade permite ao usuário reconstruir a obra criada através das sucessivas escolhas que é obrigado a fazer em seu processo de navegação, escolhas proporcionadas pelas estruturas de links. Isso possibilita a criação de produtos radiofônicos que permitam a audição numa seqüência particular para cada ouvinte, incluindo a opção de suprimir trechos ou escolher entre dois enfoques de interesse. »(...) Kuhn acredita que o rádio na Internet autoriza o resgate de algumas utopiasadormecidas como a do rádio interativo, o rádio alternativo, o rádio educador»

fonte; Rádio na Internet: desafios e possibilidades,Autor: Álvaro Bufarah Junior, 2006 (5-7)

Moraes: http://www.facom.ufba.br/pretextos/maira.html

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