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Transistor kills the radio star?

O futuro da rádio pública

«É muito importante que os meios de comunicação de massas sejam para aqui chamados, no momento em que a moda das novas tecnologias está no auge, fazendo crer que o lugar mais próprio para a televisão é o museu. Os perigos de uma desestabilização da televisão são tanto mais graves porque a sua legitimidade sempre foi contestada e a reflexão a seu respeito bastante limitada.(...)Afirmar uma ambição forte para a televisão pública no espaço da Europa. » (Wolton, 2000: 117)

«(...) ao contrário do discurso dominante segundo o qual a televisão generalista foi ultrapassada pelas novas tecnologias, é necessário afirmar que os meios de comunicação generalistas, centrados na oferta, têm o futuro pela frente. Quanto mais existirem meios de comunicação segmentados, temáticos, individualizados, mais visível será a diferença e o papel essencial desempenhado pelos meios de comunicação de massas, logo mais susceptíveis serão de ser valorizados» (Wolton, 2000: 120) 

«É imperativo recordar incessantemente a importância de uma oferta de qualidade por parte dos meios de comunicação generalistas.  O progresso não se situa em exclusivo do lado da lógica da procura em operação nas novas tecnologias. A lógica da oferta é um verdadeiro desafio, não de natureza técnica, mas cultural, por consistir - e reencontramos aqui o desígnio do conceito de grandei público - em oferecer ao maior número uma gama de produtos de comunicação o mais lata possível» (wolton, 178) 

« Sobretudo, o telefone e a rádio aproximam os indivíduos a partir do sinal que marca a nossa entrada no mundo: a voz humana. A força do telefone e da rádio provém da capacidade para transcender a dimensão técnica, sublinhando a importância do som e da voz em qualquer troca comunicacional. E se a música é desde há muito tempo a única comunicação realmente universal, ligando continentes apesar da diversidade de línguas, é porque através do casamento de palavras e de ritmos os homens partilham algo que lhes é comum. O telefone e a rádio, os dois meios de comunicação "mais velhos", mostram que o essencial do seu papel é a ajuda modesta, embora indispensável, que dão aos homens na tentativa de melhor se compreenderem. "Compreender-se", em vez de "ver-se". (wolton, 200: 187/188)

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