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Transistor kills the radio star?

Os dificeis caminhos do DAB em França...

Resultados de um estudo sobre o desenvolvimento da rádio digital em França, nomeadamente em termos de plataformas de distribuição (Obercom):

 

«Por um lado, diversos operadores apoiam a distribuição da rádio digital através das redes terrestres existentes (FM, AM). Afirmam que tal solução permite uma digitalização rápida do sector, assim como uma iniciação do mercado. Além disso, este tipo de plataforma não implica mudanças em termos de hábitos de consumo nos indivíduos. No entanto, os opositores desta sugestão enfatizam o facto dela não permitir o enriquecimento da oferta, tanto em termos de diversidade, como em termos de uma possível combinação com dados associados de vídeo e texto.

Assim, a distribuição de rádio digital através das redes terrestres existentes afirma-se mais como uma primeira etapa da digitalização, do que propriamente como um modelo a ser seguido.

 

Por outro lado, algumas entidades defendem a distribuição da rádio digital através do sistema DAB, numa rede dedicada. No entanto, também esta proposta apresenta inconvenientes, a saber: a norma de compressão Eurêka 147 estará brevemente ultrapassada; a não atribuição da banda III para o desenvolvimento da rádio digital DAB constitui uma séria desvantagem; e a difusão em DAB através da banda L não permite a cobertura de zonas rurais isoladas.

 

Também é sugerida a distribuição da rádio digital numa rede mista terrestre/satélite. Este modelo, relativamente bem aceite pelos intervenientes do sector, apresenta contudo limites. Por um lado, os elevados custos associados não permitem a adesão das rádios locais e regionais, o que implica um retrocesso em termos de diversidade dos conteúdos. Por outro lado, é argumentado que este modelo económico será inadaptado ao sector da rádio na Europa de Oeste, muito habituada à gratuitidade do acesso. Por fim, o desenvolvimento de uma rede mista deste tipo conduz a um monopólio em termos de distribuidores de serviço.

 

A distribuição da rádio digital em redes digitais não dedicadas exclusivamente à rádio é um outro modelo defendido, sendo o que conta com um maior número de apoiantes. Entre as vantagens desta opção conta-se o facto de permitir um real aumento da diversidade da oferta, assim como permite a entrada de novos actores no mercado. Além disso, não implica a compra de dispositivos específicos, podendo ser recebida através da televisão digital terrestre, e permite alcançar todas as zonas geográficas. Não obstante estas vantagens, fica a dúvida se este modelo conseguirá subsistir sem alternativas complementares»

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