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Transistor kills the radio star?

A rádio do futuro já nasceu (e até tem música...)

A rádio do futuro está aqui. Não vai ser construída, pensada ou idealizada daqui a uns anos em função de pressupostos (tecnológicos) novos, mas já nasceu. Talvez ainda não nos tenhamos apercebido, mas penso que a fórmula existe e pode ser ouvida. Hoje.

A rádio do futuro não vai ter lugar para a música, dizem, porque os telemóveis, os leitores digitais de áudio e os ficheiros no computador (partilhados ou comprados) vão substituir aquilo que hoje conhecemos por… rádio.

Tenho uma perspectiva diferente: a música a metro, sem identidade, alinhada por uma máquina numa lógica de repetição cíclica de sucessos, talvez não tenha futuro, porque os sucessos estarão primeiro na Internet do que na rádio. Mas há vida para além disso.

A música que for entendida como conceito criativo, como elemento de uma estrutura (de um programa) em que intervêm outros factores, como a voz, os sentidos, a emoção;  a música que for sinal de descoberta, de surpresa nas infinitas associações, de encantamento. Com essa música, então, a rádio terá tanto para dizer como para sentir.

Todas as semanas, na Internet ou aos sábados na Rádio Universitária de Coimbra, Francisco Amaral mostra uma Íntima Fracção do que será a rádio do futuro – a que mistura música com ideias, palavras com sensações. Então, copio-a para o meu computador (ou leitor digital de áudio), e levo-a para a ouvir. Em qualquer futuro. Sempre.

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