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Transistor kills the radio star?

O futuro dos podcasts como meio secundário

Nesta altura não falta quem considere que os podcasts são nuvens passageiras, uma moda que morrerá com a próxima invenção (o videocast?).

Mas também há quem - como eu - admita que se trata mais do que uma moda. Números recentes de interesse em downloads e sobretudo o facto de haver cada vez mais áreas cobertas pela lógica do podcast, fazem-me pensar que poderá ser mais do que uma moda.

O podcast caseiro, de amador, pode estar condenado, mas a possibilidade de usar o audio para transmitir diversas mensagens tem muitas potencialidades - há cada vez mais professores a deixar as suas aulas em podcast para os alunos poderem consultar, por exemplo.

Dir-se-á: mas mal seja possível fazê-lo em video, o audio não vai perder importância? É aqui que entra uma reflexão que gostaria de partilhar: talvez o maior trunfo do podcast seja o facto de ser - como a rádio - uma mensagem secundária. Uma coisa é ter de ler uma palestra/entrevista/aula durante uma hora, outra é poder ouvi-la, enquanto faço outra coisa. Haverá circunstâncias em que tenho mesmo de a ler, mas há outras em que posso fazê-lo enquanto corro, descasco as batatas ou leio outra coisa!

É apenas uma ideia...

1 comentario

Edgard Costa -

E mais que isso. Na tal “profissionalização” que tocamos na entrevista, o universo de possibilidades é infinito. Talvez façamos, a curto prazo, um podcast sobre nutrição para uma grande empresa produtora de alimentos (ainda não posso falar nomes) e que não faz sentido ter vídeo. Além do mais temos que pensar que o vídeo é para ser visto numa situação diferente. O Vídeocast nada em sentido contrário da indústria. O plano geral, ao que parece, é proporcionar as pessoas uma experiência única ao assistir um vídeo, com os écran plasma e som digital. Assistir um vídeo num ecrãn de 2.2 polegadas não é exactamente uma experiência agradável. Os vídeos que são hoje vendidos no iTunes tem que ter a qualidade (e têm) suficiente para depois derem vistos no écran doméstico. De toda a linha de produtos iPod, só o topo de gama, que custa mais caro, e que vende menos é que tem vídeo. O “bestseller”, o antigo iPod Mini, agora substituído pelo Nano, não tem vídeo e não é para ter. É mesmo só para ouvir. Ouça o podcast n. 54 do Gui Leite (http://www.guileite.com/) sobre este assunto.

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Edgard Costa