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Transistor kills the radio star?

A música [não] foi à vida

Este é o título de uma notícia, do suplemento de economia desta semana, do Expresso [edição de 1/10/05].
A notícia dá conta de uma diminuição de venda de CD nas lojas Valentim de Carvalho que, em consequência, se estão a transformar em livrarias, "abandonando definitivamente o conceito de loja de música".

Acho esta decisão da VC precipitada.
É certo que se assistirá a uma desmaterialização da música, aproveitando suportes virtuais (a música «on line» ou, como li recentemente, em linha). Mas o consumo de música não vai diminuir. Pelo contrário. E é de crer que a pirataria (peer to peer) será mais reduzida com novos sistemas de controlo (de resto sempre houve cópias informais ou domésticas, desde as cassetes).

Nem todas as pessoas poderão ou quererão comprar músicas em casa, com recurso ao cartão de crédito (a juventude...). Haverá, portanto, espaço para lojas de venda de músicas, onde posso ir comprar duas ou três. A loja, obviamente, não servirá só para isso, mas é certo para mim que a música não foi à vida. A Valentim de Carvalho anunciará, daqui a alguns anos, a reconversão do espaço.

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