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Transistor kills the radio star?

Rádios associadas

("excerto da Revista Veja de 2 de março de 2005, edição 1894 - em textos de referência)

"Comercialmente, as rádios enfrentam o seu quinhão de problemas. Há anos seu faturamento estagnou-se na casa dos 4% do bolo de recursos de publicidade. Em desvantagem na disputa por verbas com a televisão e outros meios, as emissoras vêm buscando uma nova estratégia, que é a formação de grandes redes. As maiores delas são a Gaúcha Sat e a Jovem Pan, que controlam mais de 100 rádios cada uma. Há duas semanas, a Bandeirantes também atingiu essa marca. A empresa, que já detinha mais de noventa emissoras, acaba de incorporar mais seis, dentre as quais algumas das mais ouvidas em São Paulo, como a Nativa e a 89 FM. As redes são vistas com reserva por alguns especialistas, que acreditam que elas podem pasteurizar a programação musical das FMs. Esses temores, no entanto, têm sido desmentidos pela realidade. "As redes perceberam que têm de dar espaço para os noticiários e os locutores de cada região para não sofrer reflexos negativos na audiência", diz o publicitário Paulo Gregoraci, do Grupo de Mídia São Paulo. De fato, o rádio tira boa parte de sua força da relação de proximidade com os ouvintes de uma localidade ou região. É isso o que explica o sucesso de um programa como Dona da Noite, que vai ao ar pela rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, e por outras 37 afiliadas da rede. Especialista em aconselhamento amoroso, o locutor Hamilton de Castro acalenta os insones mineiros há 29 anos. "Minha voz faz companhia aos ouvintes", diz ele, que já foi padrinho de mais de 800 casais que se conheceram no programa ou durante os bailes e excursões que organiza."

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