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Transistor kills the radio star?

Sobre a PSP e a ausência da rádio

Parece-me que há duas formas de ver a questão: a consola portátil da Sony que esta semana é posta à venda na Europa não inclui um sintonizador de FM porque isso não faz qualquer sentido nem há tradição disso acontecer. É normal, portanto.
Mas há outra interpretação para a mesma constatação: um sintonizador FM faria sentido a partir do momento em que a consola é muito mais do que uma estação portátil de jogos, é – como dizem os seus responsáveis e entusiastas – um «conceito de entretenimento» (um “media center»). É que, além dos jogos, inclui ligação à Internet e ao computador e leitores de media em diversos formatos, de imagem e de som (mp3, nomeadamente). Mas não rádio.
Ou seja, a consola da Sony permite duas situações de que a rádio fica afastada: ocupar o tempo, com entretenimento (e aqui o risco é de perda de hábito, sobretudo para as gerações mais novas, de ouvir rádio – habituam-se a outra coisa e a rádio deixa de ser uma actividade primária) e a possibilidade de acumular a escuta com outra função: até agora, a rádio era o principal meio secundário, jogava e ouvia rádio, consultava a Internet e ouvia rádio. Agora, se quero acumular, usando a PSP, não o posso fazer. Tenho a alternativa da música em formato digital, guardada na memória da play station.

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