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Transistor kills the radio star?

Mais uma ameaça?

"Com o processo de switchover em curso, surgem novas possibilidades técnicas de recepção de televisão, entre elas, a recepção portátil. No entanto, há ainda aspectos tecnológicos e de mercado a melhorar para que a implementação deste tipo de recepção seja possível.
Historicamente, a recepção portátil foi designada por um ecrã de televisão pequeno a baixos preços. Hoje em dia, contudo, existe a oportunidade de definir novos tipos de produtos baseados em ecrãs LCD. De facto, os ecrãs LCD serão capazes de aumentar a procura de produtos portáteis – ainda assim, existe a possibilidade de um afrouxamento do consumo se tais produtos não puderem ser usados de forma mais geral.
O advento das transmissões DVB-H para receptores portáteis será também capaz de influenciar a percepção pública da televisão portátil de duas formas. Em primeiro lugar, irá haver uma procura de modo a receber transmissões DVB-H em televisores portáteis nos lares. Em segundo lugar, se a recepção de serviços DVB-H estiver disponível de forma alargada, o consumidor pode ser levado a perguntar porque é que a recepção dos radiodifusores normais é muito mais restrita.
Outro factor a ser considerado é o impacto da Alta Definição (AD). Se a radiodifusão no lar migrar passo a passo para a AD, podem surgir argumentos a favor de separar as transmissões AD vocacionadas para antenas receptoras fixas daquelas destinadas a ecrãs portáteis mais pequenos, com uma resolução menor e uma robustez acrescida nos parâmetros de transmissão.
Assegurar que todos os telespectadores existentes possam receber televisão digital continua a ser um dos grandes impedimentos para nos movermos para uma situação em que podemos ter o switch off analógico. Calcula-se que 25% dos lares no Reino Unido necessitarão de instalar novas antenas se desejam receber Televisão Digital Terrestre (TDT) antes do switchover. Cerca de 20% de lares não poderão receber TDT na sua região até ao momento em que se dê o switch off das transmissões analógicas.
O problema da cobertura não está apenas relacionado com a pouca densidade populacional em algumas áreas. Num determinado número de situações, a recepção em zonas de grandes urbanizações é difícil ou impossível.
É possível proceder a melhorias em algumas destas situações mas o custo de o fazer tem sido visto como um fraco investimento, devido ao curto período de tempo que resta até que verdadeiras soluções se tornem disponíveis antes do switchover.
Assim, há um forte argumento para maximizar a recepção por outros meios no período que antecede o switchover e um número de projectos do governo e indústria investigaram algumas áreas do problema, incluindo a instalação de antenas domésticas, recepção, distribuição, etc.
Apesar de cerca de um terço dos televisores portáteis analógicos usarem antenas set-top, os fabricantes decidiram não produzir qualquer produto para o mercado da televisão digital portátil. Isto acontece porque os fabricantes não vêem um mercado potencial para produtos portáteis devido à actual incerteza sobre a viabilidade deste tipo de recepção. Existe, portanto, uma situação de falha de mercado no que respeita aos receptores de TDT portátil. Isto deve-se à falta de cobertura para assegurar que tais produtos possam ter sucesso num mercado onde os sinais de TDT são geralmente fracos.
Para além disso, o advento do DVB-H, que facilita a recepção em serviços portáteis, virou as atenções para técnicas de recepção avançadas, o que pode ter benefícios para a recepção de TDT no geral.
Ainda assim, de acordo com o estudo da Digital TV Group, pensa-se que os produtos de televisão especificamente vocacionados para a recepção portátil podem ter um mercado significativo no Reino Unido, se as previsões de cobertura conseguirem identificar áreas de implementação.
Para mais informações consulte o estudo “Advanced receiver techniques with emphasis on portable TV reception” do Digital TV Group." (via Obercom)

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